Uma Páscoa diferente: Festival de parapente no Gana
Anualmente, pessoas do mundo inteiro vêm até este festival de parapente, no Gana. Este ano não é exceção. É uma Páscoa diferente, no ar.
Uma Páscoa no ar
Todos os anos, pessoas do mundo inteiro vêm até este festival de parapente, organizado pelo Turismo do Gana. Sozinhos ou acompanhados, os pilotos de parapente e os visitantes procuram viver uma experiência diferente durante a Páscoa na segunda maior montanha do Gana.
A prática leva à perfeição
Primeiro, o piloto de tandem explica ao passageiro tudo o que se vai passar. Ao levantar voo, é necessário controlar rigorosamente todos os movimentos do parapente para uma subida suave. O ponto de partida é um pico a 600 metros de altura. O piloto e o passageiro voltam-se contra o vento e começam a correr até que o planador se encha de ar, formando uma vela.
Se não resulta à primeira…
É preciso escolher o momento certo para uma boa descolagem. Se o piloto e o passageiro não correm suficientemente rápido ou estão dessincronizados, o planador não se enche de ar. Até agora, toda a gente foi bem sucedida – se não à primeira, pelo menos à segunda ou terceira vez. Segundo os organizadores, nunca houve acidentes de maior ou ferimentos graves, só uns solavancos e arranhões.
Descalço pelo vale abaixo
Perder os sapatos é o percalço mais frequente. Se ainda houver terra por baixo, não há problema. Alguém apanha os sapatos - neste caso, a tarefa calhou a um soldado ganês.
Caminho desimpedido
Se a velocidade for boa e o tempo estiver a favor, os pilotos e passageiros levantam voo, acompanhados de um aplauso retumbante. Antes, este era um tipo de desporto relativamente desconhecido em África. A intenção inicial do festival era impulsionar o turismo doméstico, mas, entretanto, o evento ganhou fama fora das fronteiras do Gana e tornou-se internacional.
Contributo para economia
Para o Turismo do Gana, o festival é um enorme sucesso e um contributo para o desenvolvimento desta região remota. Milhares de pessoas costumam visitar o festival em Kwehu. Não vêm só do Gana – vêm também da Nigéria, do Togo, da Costa do Marfim e do Burkina Faso.
Presença policial
Para garantir a segurança dos visitantes, há vários postos de polícia nas montanhas. Os vendedores de souvenirs, os donos de restaurantes e bares e os taxistas ganham só nesta altura o que, sem o festival, ganhariam num ano. Os hotéis estão esgotados meses antes do evento, os quartos custam o dobro do normal.
Kwahu, o sítio ideal para passar a Páscoa
Antes da primeira edição do festival de parapente, Kwahu já era um dos destinos prediletos dos ganeses durante a Páscoa. A floresta verde tropical é um bom local para se relaxar, passear ou fazer escalada. As localidades desta região têm programas culturais ricos: exposições, festivais de música e festas de rua, que atraem milhares de pessoas.
Mais perto do céu
Quem anda de parapente em Kwahu nunca mais se esquece: "Lá de cima, temos uma perspetiva completamente diferente", diz o nigeriano Victor Ofoegbu. "Toda a gente devia ter esta experiência pelo menos uma vez na vida." Victor pagou o equivalente a 60 euros (65 dólares) por um voo tandem.
Uma sensação indescritível
Alina Kell, da Alemanha, nunca mais se esqueceu do seu voo. Em 2014, Alina esteve de férias no Gana e foi ao festival. "Foi uma sensação indescritível. Gostei sobretudo da paisagem e do silêncio", disse à DW África. "Temos uma vista fantástica da floresta em baixo quando, de repente, vemos o chão aproximar-se."
Uma atmosfera única
Este também é um evento especial para os pilotos. "É único. Já voei em muitos países, mas o festival no Gana é diferente", diz o norte-americano Chuck Smith. "A atmosfera e a música tornam-no especial. No Gana, há sempre música e dança. E gosto imenso disso!"
Divertimento para miúdos e graúdos
As crianças olham para a montanha à procura dos pilotos de parapente a levantar voo e a aterrar. "Vi crescer muitas destas crianças", diz Chuck Smith, que participa há dez anos no festival. O piloto pertence a uma associação de parapente sem fins lucrativos chamada "Cloudbase Foundation" e, todos os anos, angaria dinheiro para ajudar um orfanato em Kwahu.
De volta a terra firme
Depois de 20 ou 30 minutos, o voo terminou. Os pilotos de parapente e os seus passageiros descem de uma altitude de 430 metros. Muitos deles ficam contentes por voltar a pisar terra firme. Muitos aterram também com uma certeza: querem voltar a voar.