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PolíticaSão Tomé e Príncipe

Campanha em STP gera dúvidas sobre origem dos fundos

23 de setembro de 2022

Termina esta sexta-feira (23.09) em São Tomé e Príncipe a campanha para as eleições legislativas, autárquicas e regional. Analista lamenta falta de transparência sobre origem de fundos usados pelos partidos concorrentes.

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Sao Tome und Principe Wahlen Stimmauszählung
Foto: DW/R. Graca

Após 15 dias, a campanha para estas eleições em São Tomé e Príncipe termina marcada por atos de civismo. No entanto, para o professor universitário Eugénio Tiny, as forças políticas concorrentes não apresentaram projetos credíveis para o desenvolvimento do país.

"Não me parece que as coisas estejam bem. No meu entender, deveria estar melhor. Tendo em conta o nosso país, em que o Orçamento Geral do Estado depende 97% da ajuda externa, as propostas deveriam ser muito mais substanciais", comenta.

O professor universitário questiona a proveniência dos meios que os partidos políticos exibiram na campanha eleitoral. Segundo ele, o dinheiro usado deveria ser aplicado nos problemas do povo.

"Nós falamos da necessidade de transparência da forma como se faz política em São Tomé e Príncipe, sobretudo a participação nas eleições transparentes. De onde é que vem todo o dinheiro que é utilizado na campanha? Não se sabe de onde vem no início, não tem transparência [também] no fim", crítica.

Zentralafrika l Premierminister Jorge Bom Jesus von São Tomé und Príncipe
Jorge Bom Jesus procura mais quatro anos de governaçãoFoto: João Carlos /DW

Campanha bipolarizada

Para Eugénio Tiny, a campanha eleitoral está bipolarizada entre o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), força política do primeiro-ministro em exercício, e a Ação Democrática Independente (ADI), maior partido da oposição, sem que haja no seu entender uma maioria absoluta.

Jorge Bom Jesus, chefe de Governo, pede ao eleitorado mais quatro anos para continuar a governar até 2025. Na última quarta-feira (21.09), Bom Jesus esteve na ilha do Príncipe, onde encerrou a campanha num comício, e mostrou-se confiante.

"A população entende dar a este Governo mais uma oportunidade de quatro anos, depois de salvar vidas, salvar o rendimento da população. Neste momento, os pilares do desenvolvimento sustentável estão a ser lançados através de projetos estruturantes que, praticamente dentro de seis meses, vão arrancar", afirma.

Quem também está na luta pela maioria absoluta é Patrice Trovoada, presidente da ADI, que percorreu o país de norte a sul com mensagens de que o seu partido é a solução. Patrice Trovoada luta para resgatar a confiança do povo após uma ausência de quatro anos do país.

"As pessoas têm que comparar entre essas duas forças políticas que são capazes de governar São Tomé e Príncipe", disse.

A coligação Movimento de Cidadãos Independentes/Partido Socialista e Partido de Unidade Nacional (MCI/PS-PUN), concorrente às eleições legislativas de São Tomé e Príncipe, com forte predominância no distrito de Cauê, zona sul da ilha de São Tomé, quer aumentar a representação parlamentar e defender os "filhos da roça e da praia".

Sao Tome und Principe, Rückkehr von Patrice Trovoada
Patrice Trovoada, presidente da ADIFoto: Ramusel Graca/DW

Sem hipótese de maiorias absolutas

Observadores políticos afastam para já a hipótese de maioria absoluta no próximo Governo são-tomense. O Movimento Basta, apoiado pelo presidente da Assembleia Nacional, é outra força apontada como alternativa à futura coligação governamental. Estão em causa 55 mandatos à Assembleia Nacional.

No total, 123 mil eleitores são chamados para votar no próximo domingo (25.09) nas nonas eleições legislativas são-tomenses, que acontecem em simultâneo com as autárquicas e regional para a eleição do Governo Regional da ilha do Príncipe. E pela primeira vez, a diáspora vai eleger dois deputados: um por África e outro pela Europa.

A não atualização do processo de recenseamento eleitoral deixou de fora milhares de possíveis votantes, na sua maioria jovens.

As missões de observação eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), União Europeia (UE) e Comunidade Económica dos Estados de África Central, (CEEAC) já se encontram no país para acompanhar a votação no domingo.

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