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Moçambique:Investimento alemão para setor mineiro?

Nádia Issufo
21 de junho de 2018

Representantes do Governo moçambicano estiveram na Alemanha a "vender" as potencialidades do setor mineiro. Para eles, os ataques no norte do país não justificam uma possível retração do investimento estrangeiro.

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Foto: ENI East

"A Indústria mineira em Moçambique" foi o tema de debate na cidade alemã de Chemnitz na quarta-feira (20.06). "O Governo alemão, através do Ministério da Economia, tem um programa que tem por objetivo chegar aos mercados. E no âmbito do programa foi instituído o dia dos recursos minerais de Moçambique", contextualiza Friedrich Kaufmann, representante da IHK, a Câmara de Comércio e Indústria da Alemanha em Moçambique, um dos organizadores do evento.

E  Kaufmann prossegue com a explicação: "Incorporamos o evento no Encontro 'Business trifft Afrika' organizado pela Câmara de Indústria e Comércio de Chemnitz. Então é uma cooperação entre essa Câmara e a AHK, que a nossa Câmara do Comércio do Exterior".

"Situação não deve retardar o investimento"

Investimento e sustentabilidade

Os representantes do Governo de Moçambique que estiveram na Alemanha esforçaram-se para convencer que o país está organizado para receber investimento estrangeiro, mais concretamente o alemão.O facto do país já possuir uma legislação pertinente no setor mineiro e de hidrocarbonetos, por exemplo, foi usado com um fator atrativo. Entretanto, o Governo moçambicano  quer um investimento sustentável.

Obete Matine é o inspetor-geral no Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME) e defende "a atividade mineira, sim, mas de uma forma segura e respeitando as normas moçambicanas".

O alto funcionário do MIREME garante: "E nós estamos para olhar para o cumprimento disso e o Estado garante a propriedade privada e as pessoas que lá estão deverão perceber que há um contributo que deverá ser feito para o Estado e deverão fazê-lo dentro do quadro legal moçambicano. A questão da proteção ambiental, pública, do trabalhador e a proteção das questões sociais e culturais".

Obete Matine, Generalinspekteur im Ministerium für mineralische Ressourcen und Energie (Mosambik)
Obete Matine, inspetor-geral no Ministério dos Recursos Minerais e EnergiaFoto: DW/N.Issufo

O apoio alemão

No âmbito da segurança no setor, o Governo alemão tem estado a apoiar a sua contraparte moçambicana. Por exemplo, a GIZ, a cooperação técnica alemã, desenvolve com a Inspeção-Geral do Ministério dos Recursos Naturais e Energia dois projetos.

Também há parcerias público-privadas envolvendo duas empresas alemãs: a Trager e a BLP, que passam pela assistência técnica visando minimizar riscos e garantir segurança na atividade mineira.

Insegurança e retração de investimentoEntretanto, a província nortenha de Cabo Delgado vive uma situação de insegurança. Ataques armados contra regiões onde estão situadas as maiores reservas de gás de Moçambique e uma das maiores do mundo estão a acontecer desde outubro passado.

Konferenz in Chemnitz "Bergbau in Mosambik"
Esperança Bias, ex-ministra dos Recursos Minerais e deputadaFoto: DW/N.Issufo

Essa situação não irá retrair o investimento estrangeiro? Esperança Bias, ex-ministra dos Recursos Minerais e deputada, prefere optar por uma posição otimista. "Penso que o investidor tem de ter uma visão de longo prazo e não de curto prazo. E o desafio devido a situação no norte de Moçambique não deve ser vista como uma forma de retardar o investimento."

A ex-ministra do setor incentiva os investidores afirmando que "as empresas que ainda estão por vir que considerem que o investimento é uma coisa de longo prazo, que não se investe hoje para ter o benefício hoje. É preciso investir hoje para o beneficio ir acontecendo."

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