1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Quem é Pierre Nkurunziza?

P. Sandner / S. Duckstein / C. Krippahl10 de julho de 2015

Pierre Nkurunziza é o homem que está a agitar o Burundi. A sua candidatura, a um terceiro mandato, desencadeou uma onda de violência no país. Quem é o homem que provoca tanta controvérsia? Conheça o seu perfil.

https://p.dw.com/p/1FwKK
Pierre Nkurunziza, Presidente de BurundiFoto: B. Smialowski/AFP/GettyImages

Pierre Nkurunziza assumiu a presidência do pequeno país na África Ocidental em 2005, ainda antes do final das negociações de paz que iriam pôr cobro a dez anos de guerra civil.

"Não se pode desenvolver um país sem paz. A estabilidade e a paz são a base de qualquer desenvolvimento", afirmou Nkurunziza em 2008. Um ano mais tarde, o último grupo rebelde no Burundi, a milícia hutu Exército Nacional de Libertação, entregou as suas armas. Tratou-se de um grande êxito para o Presidente que também esteve profundamente envolvido no conflito.

Nkurunziza nasceu em 1964. Formou-se em pedagogia e desporto e foi professor na universidade e na academia do exército. Membro da maioria hutu, num país governado pela minoria tutsi, viveu várias situações de conflito e violência. O seu pai foi assassinado por motivos políticos.

O assassínio do primeiro Presidente hutu democraticamente eleito, Melchior Ndadaye, em 1993, desencadeou a guerra civil. Nkurunziza escapou à justa a uma tentativa de assassínio em 1995, e decidiu juntar-se ao grupo rebelde FDD, o braço armado do seu partido, o CNDD.

Bujumbura Burundi Protest Gewalt
Protesto contra a candidatura de Nkurunziza na capital BujumburaFoto: Reuters/G. Tomasevic

De bem amado a mal amado

Quando assumiu a presidência, Nkurunziza empenhou-se seriamente pela reconciliação nacional, algo que lhe valeu o respeito internacional. Mas cedo a oposição começou a queixar-se da repressão. Políticos acusados de planear golpes de Estado foram presos e a imprensa foi proibida de criticar o Governo.

A jornalista e correspondente da DW, Domitile Kiramvu, teve que fugir do Burundi e revela: "Para mim é impossível voltar ao meu país. Nos últimos meses aumentaram as ameaças provenientes do regime de Nkurunziza e das milícias da sua organização juvenil Imbonerakure. Fui várias vezes ameaçada de morte".

Nkurunziza está decidido a manter-se no poder. Aos seus críticos ele diz que o primeiro mandato, iniciado em 2005, não conta, por não se ter tratado de uma eleição do povo. Na altura, foi o Parlamento que votou num Governo de transição. A eleição presidencial no Burundi está marcada para 15 de Julho, embora a Organização da África Oriental já tenha solicitado um adiamento para 30 de junho. É muito provável que Pierre Nkurunziza volte a ganhar.

[No title]