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Criminalidade

Populares invadem comando da polícia no norte de Moçambique

Manuel David (Lichinga)
2 de outubro de 2017

Os populares revoltaram-se, esta segunda-feira (02.10), Mandimba, na província do Niassa, depois de um cambista de moedas ter sido assassinado no domingo. Um crime que os populares suspeitam ter a mão da polícia.

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Casa do comandante da polícia de Madimba incendiada por popularesFoto: DW/Manuel David

O cambista foi assassinado na madrugada de domingo (01.10) no distrito de Mandimba, que faz fronteira com o Malawi. Os atacantes ter-se-iam ainda apropriado de um valor monetário não quantificado, que estaria na posse da vítima.

Vários populares acusam a polícia de estar envolvida no ataque. "Segundo as declarações da família, no grupo, havia um homem com fardamento da polícia", afirma um dos residentes do distrito, que pediu para não ser identificado.

Mandimba, Mosambik
Mandimba, província do Niassa, norte de MoçambiqueFoto: DW/Manuel David

Dezenas de pessoas saíram à rua, revoltadas. Invadiram e incendiaram a residência oficial do comandante da polícia de Mandimba e queimaram ainda duas viaturas da corporação.

"A fúria da população de Mandimba acabou nas primeiras horas do dia invadindo o edifício do comando distrital da PRM [Polícia da República de Moçambique] e insinuando que alguns membros da polícia estão envolvidos na onda de criminalidade" que afeta também "residências de alguns empresários e agentes económicos da vila municipal de Mandimba", acrescentou o popular.

Polícia reforça medidas de segurança

A polícia não comenta as acusações dos populares. Esta segunda-feira (02.10), o comandante provincial da Polícia da República de Moçambique no Niassa, Aguilasse Mada, falou apenas sobre os estragos provocados pela revolta popular e garantiu ainda que o caso está a ser investigado.

Mandimba, Mosambik, Aguilasse Mada, Kommandant der Polizei der Republik Mosambik in der Niassa Provinz
Aguilasse Mada, comandante da Polícia da República de Moçambique no NiassaFoto: DW/Manuel David

Os populares que se fizeram ao comando distrital "alegam que polícia não tomou medidas preventivas e que, depois da ocorrência, não conseguiu esclarecer o caso". No entanto, o comandante advoga que "a PRM ainda estava a fazer diligências para a localização dos infratores para poderem ser responsabilizados pelos seus atos".

Aguilasse Mada afirmou ainda que "a manifestação levou muito tempo, acabando por vandalizar a casa do próprio comandante e incendiar duas viaturas".

O comandante provincial não disse se houve feridos na revolta. Acrescentou, no entanto, que foram enviadas duas equipas de forças especiais para a região.

"Nós solicitámos à polícia de fronteira estacionada naquele distrito para se poder juntar ao comando distrital na perspectiva de amainar os ânimos dos manifestantes e isso aconteceu", confirmou Aguilasse Mada.

Além disso e porque "a situação é um pouco caótica", a PRM destacou "uma força para o distrito de Mandimba para poder, de fato, fazer a restauração da ordem pública", sublinhou o comandante provincial da PRM no Niassa.

02.10 Revolta em Lichinga - MP3-Mono