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Partidos concordam em adiar eleições na Guiné-Bissau para 13 de abril

Braima Darame (Bissau)7 de fevereiro de 2014

Após uma longa reunião no Palácio da República, em Bissau, entre partidos políticos, presidente de transição, elementos do Governo e comunidade internacional, propôs-se adiar a votação para cumprir os prazos legais.

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Foto: AP

As autoridades de transição e os principais partidos políticos concordaram adiar as eleições de 16 de março para 13 de abril do corrente ano.

Devido às inúmeras dificuldades e lentidão do processo de recenseamento, que só termina no sábado (08.02), conjugado com a não convocação da plenária guineense para aprovar o encurtamento dos prazos, era quase impossível cumprir o atual cronograma eleitoral.

Manuel Alipe da Silva, porta-voz do Fórum Guiné-Bissau, uma plataforma que congrega mais de 20 partidos políticos que apoiam a transição, diz ter concordado em mudar a data para que as eleições possam ser livres, justas e transparentes.

“Deveríamos manter o dia 16 de março, dado a situação política e social do país, mas entretanto tivemos que ajustar o dia 13 de abril, tendo em conta a proposta maioritária que apareceu durante a reunião”, declarou.

“Uma questão nacional”

Perante a realidade no terreno, a segunda força política do país, o Partido da Renovação Social (PRS), decidiu igualmente assumir a nova data. “Fomos confrontados com factos que ditam a obrigatoriedade da alteração da data. É uma questão nacional”, justificou Filipe Quessanqué, um dos porta-vozes dos renovadores.

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O presidente do movimento nacional da sociedade civil, Jorge Gomes, também se congratulou com o adiamento das eleições para 13 de abril.

“Subscrevemos a data de 13 de abril. Alguns partidos propuseram o dia 27, mas achamos que é muito tarde”, uma vez que coincidiria com o tradicional início da campanha da castanha de cajú, de onde provém o rendimento da maior parte das famílias guineenses, explica Jorge Gomes. “ E no ano passado, a população já sofreu muito”, lembra.

Em nome da comunidade internacional, Ovídeo Pequeno, representante da União Africana (UA) em Bissau, prefere realçar a importância do recenseamento ter atingido números assinaláveis. “A partir de agora o povo da Guiné-Bissau tem na mão um instrumento importante que é uma base de dados que vai determinar o seu futuro”, considerou.

Reforma das chefias militares

José Ramos Horta, representante especial do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, reconhece que a comunidade internacional já estava sensibilizada para um possível adiamento.

Jose Ramos Horta Präsident von Ost-Timor
José Ramos Horta, representante especial do secretário-geral da ONU para a Guiné-BissauFoto: picture-alliance/dpa

Para Ramos Horta, o mais importante depois das eleições gerais é remodelar as atuais chefias militares, “para lançar o processo de reforma e modernização” das Forças Armadas.

Segundo o representante da ONU, isso significa que “o presidente, o primeiro-ministro e os partidos têm de estar unidos, porque se não o Governo propõe a reforma das Forças Armadas e o Presidente faz politiquices e diz que não. Esta reforma, frisou, “não significa expulsar ninguém”.

De acordo com dados do Governo de Transição, foram recenseadas mais de 700 mil pessoas dos 810 mil potenciais votantes. O recenseamento termina este sábado em todo país. Haverá ainda mais dois dias para registar emigrantes guineenses.

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