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Onda de criminalidade assola Nampula

Sitoi Lutxeque (Nampula)29 de julho de 2016

Assaltantes conhecidos como "grupo 15" têm aterrorizado a cidade de Nampula, norte de Moçambique. Munidos de catanas e machados, violam e saqueiam a população nas suas casas. Vítimas queixam-se de inoperância da polícia.

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Foto: DW/J. Beck

Por estarem mais perto da área urbana, os bairros de Namutequeliua, Namicopo e Mutauanha são os que mais sofrem ataques dos "nacatanas", como também são conhecidos. Além de roubarem bens nas residências, agridem fisicamente as pessoas, por vezes até sexualmente.

Mariana Carlos, que vive no bairro de Namutequeliua, foi assaltada recentemente em casa por oito elementos do grupo. "Quatro deles foram até ao quarto, ao encontro do meu esposo. Pediram-lhe o computador e o telefone. E quando ele disse que não tinha, ameaçaram-no de morte", contou à DW África.

Gulamo Taibo, residente no populoso bairro de Namicopo, também foi assaltado pelo mesmo grupo. Além de lhe roubarem a motorizada e dois telemóveis, espancaram-no com catanas, provocando-lhe golpes na cabeça e no corpo.

Por vezes, os assaltantes simulam um pedido de socorro para atrair as vítimas, explica Taibo. "Ouvi gritos de socorro lá de fora, pensei que fosse um vizinho. Q uando saí encontrei seis gatunos e eles disseram que a pessoa que estavam a precisar era eu".

"Estamos sem solução"

Esta situação está a inquietar os cidadãos de Nampula, que acusam a polícia moçambicana de inoperância na redução da criminalidade. Abubacar Juma, outro residente em Namicopo, diz que a população tem medo de denunciar casos de crime à polícia.

"Esses marginais vivem connosco aqui na sociedade e quando nós os levamos para a polícia, sem demora são soltos e vêm espancar-nos e fazer-nos outros males. Estamos sem solução", lamenta o morador. Nos bairros de Namicopo e Namutequelia há duas esquadras policiais. Mas Abubacar Juma diz que os residentes estão entregues à sua própria sorte.

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As autoridades do bairro dizem que a solução destes problemas passa necessariamente pela coordenação com a polícia. "O controlo ainda não está a ser eficaz", afirma Sualeh Ossumane, secretário do Quarteirão 14 do bairro de Namutequeliua. "Queríamos que a polícia frequentasse aqui o bairro, porque [a sua presença] não se faz sentir".

A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula diz ter conhecimento da existência do grupo de assaltantes que tem semeado o terror na cidade. O porta-voz da PRM, Zacarias Nacute, promete acções urgentes para o restabelecimento da ordem e tranquilidade públicas. "A Polícia continua a trabalhar para manter essa calma e tranquilidade", diz.