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Confrontos na Gorongosa entre RENAMO e tropas moçambicanas

Romeu da Silva (Maputo)30 de maio de 2014

Nesta quinta-feira (29.05.14), as tropas governamentais moçambicanas foram atacadas, depois de terem seguido o trilho usado pela brigada que foi recensear Afonso Dhlakama. Os conflitos entre RENAMO e FRELIMO continuam.

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Foto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images

As forças governamentais e homens armados da RENAMO voltaram a confrontar-se, nesta quinta-feira (29.05), na região de Gorongosa, na província central de Sofala. Sem avançar números, o porta voz do líder da RENAMO, António Muchanga, confirmou o ataque e diz ter havido baixas do lado exército moçambicano.

Para Muchanga, este ato do exército é um claro desejo de exterminar o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama. “Guebuza para ser eleito como candidato da FRELIMO, disse que uma das coisas que ele tinha como prioridade era acabar com os mimos que o Presidente Chissano tinha criado para Afonso Dlhakama.”

António Muchnaga explicou que os ataques desta quinta-feira foram causados pelo fato de o exército ter seguido os trilos usados pelas brigadas de recenseamento. A intensão, segundo Muchanga, era desativar uma base na Casa Banana, a norte de Gorongosa.

“Entraram numa zona onde não deviam entrar. Alguns elementos comunicaram à RENAMO que estavam a ser obrigados a entrar para irem atacar. Tomámos conhecimento 48 horas antes. Denunciámos isso 24 horas antes. O Governo não quis ouvir, foi para lá e ouve confrontos de parte a parte e eles sairam-se mal”, relata o porta voz do líder da RENAMO.

Unruhen in Mosambik
Tropas governamentais moçambicanas na Gorongosa, em 2013Foto: picture-alliance/dpa

Falta de garantias

A RENAMO diz que quer a paz mas a atitude do exército não permite isso. Muchanga diz mesmo que a sociedade civil não deve ficar de longe perante esta situação para evitar o regresso ao conflito armado.

Em relação aos ataques na região de Muxúnguè, o partido de Afonso Dlhakama diz ter feito apelos para não usar a coluna militar. António Muchnaga diz que naquele troço os militares estão a fazer negócio.

"Também através da coluna, aproveitam para vender balas, vender munições. Há muita candonga [comércio ilícito] de armamento ali que os militares andam a fazer", declara.

A RENAMO queixa-se ainda de propagandas contra o seu partido e chega mesmo a falar no envolvimento de interesses estrangeiros para que haja guerra a fim de pilharem os recursos naturais.

Mosambik Afonso Dhlakama Führer der Oppositionspartei RENAMO 2012
Afonso Dhlakama, líder da RENAMO, na GorongosaFoto: Getty Images/AFP

O Governo moçambicano disse há dias que Afonso Dhlakama deve sair das matas e que garante a sua segurança. No entanto,Muchanga duvida das intenções do Governo.

“Queremos garantias do que se vai fazer com a segurança dos quadros da RENAMO. Queremos garantias de que o presidente Dhlakama vai circular pelo país a fazer campanha como outros. Agora temos de trazer o presidente Dhlakama para ser preso? Para ser morto? O presidente Dhlakama não tem três vidas!”, enfatiza o porta-voz do líder da RENAMO.

Afonso Dhlakama está na Gorongosa, desde que as tropas governamentais atacaram a base de Satunjira, a 17 de outubro de 2013, local onde se encontrava a viver.

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