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Região autónoma vai ser decidida no parlamento

Leonel Matias (Maputo)9 de fevereiro de 2015

Em Moçambique, o líder do principal partido da oposição, a RENAMO, Afonso Dhlakama, disse que a sua exigência para a criação de uma região autónoma no centro e norte do país será decidida no Parlamento.

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Afonso Dhlakama em campanha para as eleições gerais de 15 de outubro de 2014Foto: picture-alliance/dpa/Antonio Silva

O líder da RENAMO Afonso Dhlakama falava aos jornalistas esta segunda-feira (09.02) no final de um encontro com o Presidente Filipe Nyusi, o segundo entre as duas partes, em cerca de quarenta e oito horas, num esforço visando desanuviar o clima de tensão pós-eleitoral.

Afonso Dhlakama, disse ter chegado a um entendimento com o Presidente Filipe Nyusi para que seja decidida no parlamento a sua exigência para a criação de uma
região autónoma no centro e norte do país.

RENAMO exige com insistência a criação de região autónoma

A RENAMO tem vindo a ameaçar criar uma região autónoma naqueles pontos do país em protesto contra os resultados das recentes eleições gerais que deram vitória ao partido no poder, a FRELIMO.Dhlakama prometeu submeter em breve um projeto de lei sobre a matéria ao parlamento mas disse esperar que a bancada maioritária da FRELIMO tenha em conta o entendimento já alcançado. "Já existe este entendimento, ou seja um compromisso, porque não se trata de eu assinar aqui um documento com o Nyusi e dizer que já está. Não. Temos que apresentar um ante projeto de lei, mas o mais importante é que as bancadas parlamentares saibam que existe um entendimento entre o Governo e a RENAMO à semelhança do que fizemos com a Lei Eleitoral. Esta foi negociada e quando deu entrada no parlamento as bancadas já tinham as necessárias orientações dos respetivos partidos para que o documento fosse aprovado".

Nyusi reafirma que o diálogo é a única via

O Presidente Filipe Nyusi reiterou que o diálogo é a via para as partes se entenderem e destacou que "continuamos irmãos e continuamos a dizer que é com o diálogo que as pessoas se entendem e assim compreendermos as sensibilidades e preocupações de uns e de outros. Dirigir é afinal solucionar problemas e para tal é preciso compreender os problemas quando eles existem".

Afonso Dhlakama voltou a afirmar que os representantes da RENAMO eleitos para o parlamento e para as assembleias provinciais vão tomar posse proximamente pondo fim ao boicote daquela formação política, em protesto contra os resultados das recentes eleições gerais.No entanto, o líder do maior partido da oposição disse que se for enganado pelo Governo ou pela maioria da FRELIMO "as consequências serão para o Presidente porque ele não vai poder governar bem”.

Dhlakama satisfeito com os avanços conseguidos

Tal como no final do primeiro encontro que manteve no último sábado (07.02) a sós com o Presidente Nyusi, Dhlakama mostrou-se satisfeito com os resultados já alcançados. "Continuo a dizer que estou satisfeito. O Nyusi está aqui, falamos como irmãos e os nossos assessores tomaram nota das nossas discussões".

Filipe Nyusi reafirmou por seu turno o engajamento pela paz no diálogo com Dhlakama. "Estamos engajados para que o país continue em paz, as nossas conversas não teem tido pré-condições, as questões são colocadas, corremos dentro do trilho que é a nossa lei e esta é a razão pela qual o presidente da RENAMO tenha dito que o parlamento será o local que irá decidir sobre a vontade do povo", concluiu Nyusi.O encontro desta segunda-feira entre Nyusi e Dhlakama teve lugar numa estância hoteleira da capital, Maputo, a semelhança do que aconteceu no primeiro frente-a-frente entre as duas partes no último sábado.

Segundo encontro Nyusi / Dhlakama

Afonso Dhlakama Filipe Nyusi Bildkombo Montage
Dhlakama mostra-se satisfeito com os resultados já alcançados no diálogo com NyusiFoto: picture-alliance/dpa/Pedro Sa Da Bendeira/Getty ImagesGianluigi Guercia/Montage
Afonso Dhlakama und Filipe Nyusi Mosambik
Afonso Dhlakama e Filipe Nyusi no final do primeiro encontro em Maputo (07.02.2015)Foto: AFP/Getty Images/S. Costa