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Negociações de paz retomadas em Maputo

Lusa
18 de outubro de 2016

Esta terça-feira (18.10) ficou marcada por encontro entre a RENAMO e a equipa de mediação internacional. Neste mesmo dia, a Polícia moçambicana disse que continuará a desmantelar bases do partido da oposição pelo país.

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Foto: picture-alliance/dpa

As negociações de paz em Moçambique entre o Governo e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido de oposição, foram retomadas em Maputo, após um intervalo de duas semanas. 

"Este foi apenas um primeiro encontro com uma das partes [a delegação da RENAMO] e amanhã [quarta-feira] teremos o encontro com a outra parte [o Governo moçambicano]", disse à imprensa momentos após a reunião Mario Raffaelli, coordenador da equipa de mediação internacional, que não ofereceu mais detalhes sobre o encontro desta terça-feira. 

Após suspensão das negociações a 30 de setembro, proposta pelos mediadores internacionais para permitir às partes consultas e elaboração de propostas visando a superação do impasse que se verifica em torno da cessação dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da RENAMO, as conversações deviam ter sido reatadas a 10 de outubro.

Assassinato de membro da RENAMO

Mosambik, Oppositionspartei Renamo
Jeremias Pondeca (à direita), membro da RENAMO, foi morto quando caminhava em MaputoFoto: DW/L. Matias

Entretanto, o adiamento das negociações aconteceu depois do homicídio de Jeremias Pondeca, membro da delegação da RENAMO no diálogo político e conselheiro de Estado, atingido a tiro na manhã de 8 de outubro, quando caminhava na praia da Costa do Sol, na marginal de Maputo. Na sessão desta terça-feira, os mediadores internacionais e a delegação da RENAMO permaneceram um minuto em silêncio em memória de Pondeca. 

A morte de Pondeca, também conselheiro de Estado, segue-se a vários assassinatos de membros do partido de oposição e da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), sobretudo nas zonas onde se registam confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado do principal partido de oposição.

Além da exigência do maior partido de oposição de governar em seis províncias onde reivindica vitória eleitoral e a cessação imediata dos confrontos, a agenda do atual processo negocial integra a despartidarização das Forças de Defesa e Segurança, incluindo na polícia e nos serviços de informação do Estado, e o desarmamento do braço armado da RENAMO e sua reintegração na vida civil.

Polícia continuará a desmantelar bases da oposição

No mesmo dia em que foram retomadas as negociações de paz, a Polícia moçambicana anunciou que as Forças de Defesa e Segurança vão continuar a desmantelar posições e bases da RENAMO, com objetivo de eliminar focos de presença de homens armados do principal partido de oposição do país. A informação foi confirmada pelo porta-voz do Comando Geral da Polícia da República, Inácio Dina.

Nas duas últimas semanas, as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas tomaram uma base no distrito de Murrupula, província de Nampula, e outra no distrito de Mocuba, província da Zambézia, apreendendo armas e munições e medicamentos.

Nas duas províncias, centros de saúde foram visados em ataques que as autoridades moçambicanas atribuíram à RENAMO, no atual contexto de violência militar que opõe o braço armado do movimento e as Forças de Defesa e Segurança.

A atual onda de violência militar em Moçambique seguiu-se à recusa da RENAMO de reconhecer a derrota nas eleições gerais de 2014, acusando a FRELIMO de fraude no escrutínio.

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