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Moçambique: Início do XI Congresso da FRELIMO

Leonel Matias (Maputo)
26 de setembro de 2017

A FRELIMO iniciou esta terça-feira (26.09) o seu XI Congresso sob o lema "Unidade, Paz e Desenvolvimento". Na abertura, o líder apelou ao debate aberto e a mudanças no seu seio face às transformações.

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Filipe Nyusi, líder da FRELIMO e Presidente de MoçambiqueFoto: DW/Leonel Matias

Mais de dois mil e duzentos delegados ao Congresso vão discutir durante seis dias um total de cinco teses, entre as quais "Unidade Nacional, Paz, Democracia e Reconciliação Nacional", "O Desenvolvimento Económico e Social", e "O Estado, Ética Governativa e Descentralização".

No seu discurso de abertura, o presidente do partido, Filipe Nyusi, disse que a prioridade do país é a paz, a intensificação do diálogo, a unidade nacional e o desenvolvimento equilibrado de Moçambique.

Nyusi indicou ainda que o país deve estar focalizado na defesa dos interesses nacionais acima dos interesses de grupos e na consolidação do estado de direito.

Num discurso que durou cerca de uma hora, o Presidente do partido no poder lançou um vigoroso ataque contra a corrupção, afirmando que o seu combate é o mais urgente e vital de todos os desafios no país: "Não pode haver tolerância com a ilegalidade, o suborno, a extorsão e todos os outros desmandos. A FRELIMO não pode permitir que se fechem os olhos a esses abusos".

Bildergalerie Wahlkampf 2014 Mosambik
Panfleto da FRELIMO na campanha eleitoral de 2014 em NampulaFoto: DW/J. Beck

Relativamente à descentralização da administração do Estado, um tema que considerou crucial na jovem democracia moçambicana, Nyusi disse que a sua implementação constitui um dos mecanismos indispensáveis do estado de direito e de justiça social no país. Sublinhou, no entanto, que não deve haver conflito entre descentralização e a preservação da unidade nacional.

O Congresso vai ainda eleger os órgãos de direção do partido e desenhar estratégias para as eleições autárquicas do próximo ano e gerais de 2019.

Filipe Nyusi aprovado como candidato para as eleições de 2019

A Comissão Política já veio a público anunciar que aprovou por unanimidade e aclamação a indicação de Filipe Nyusi para a sua sucessão no cargo de Presidente da FRELIMO, posição defendida, igualmente, pelas delegações provinciais ao Congresso e pela  Associação dos veteranos da luta de Libertação Nacional.

26.09 Congresso FRELIMO - MP3-Mono

Fernando Faustino, secretário-geral desta organização de massas, considerada a mais interventiva dentro do partido, afirma que "a CLLIN (Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional), como sempre, está com o camarada presidente Filipe Nyusi". E acrescenta: "Vamos reelegê-lo e, consequentemente, em 2019, é o nosso candidato natural para as próximas eleições".

O Congresso vai ainda aprimorar o programa quinquenal da FRELIMO, e os Estatutos e Programa do Partido, bem como analisar a vida interna da organização, segundo o porta-voz António Niquice.

Ainda de acordo Niquice, "questões como a paz e o aumento da produção e da produtividade estarão igualmente no cerne da agenda".

Mosambik Treffen  Nyusi und Dhlakama in Gorongosa
Filipe Nyusi (esq.) e Afonso Dhlakama (dir.) na Gorongosa, bastião da RENAMOFoto: Presidencia da Republica de Mocambique

A situação económica do país é um dos pontos que deve merecer a atenção do Congresso, uma vez que, segundo um dos participantes do encontro, o membro da FRELIMO e presidente da Confederação das Associações Económicas Agostinho Vuma, "a crise financeira já se faz sentir há bastante tempo na economia real". "Isso desafia-nos a todos nós, mas muito em particular a liderança do setor privado e também ao partido que dirige o povo moçambicano", seublinhou.

A propósito da realização deste Congresso, o líder do maior partido da oposição, Afonso Dhlakama, disse no fim de semana a jornalistas na Gorongosa: "Espero que neste Congresso o Presidente da República, como presidente da FRELIMO e como futuro candidato às eleições de 2019 consiga unir os radicais da FRELIMO para o apoiarem naquilo que tem vindo a negociar comigo (a descentralização administrativa do Estado, e o enquadramento dos homens armados da RENAMO na Polícia e no Serviço de Informação e Segurança do Estado, SISE).

O encontro conta com a participação de centenas de convidados, nomeadamente 1200 nacionais e 24 delegações estrangeiras.

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