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Moçambicanos esperam um novo ano sem crises

30 de dezembro de 2016

Residentes na província moçambicana de Inhambane pedem ao Governo e à RENAMO para respeitarem a Constituição da República. E que façam algo para travar a derrapagem do metical e a subida do preço dos produtos básicos.

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Foto: DWL. da Conceição

2017 vai ser um ano bom se o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi e o líder do maior partido da oposição, Afonso Dhakama, se sentarem à mesma mesa e conseguirem resolver todas as crises que assolam o país: a crise político-militar e a crise económica.

"O Governo e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) devem sentar-se e conversar, ter uma solução para a crise económica e mudar os preços. Talvez mudaria alguma coisa", diz a cidadã Onélia Omar.

Sandra José, residente no distrito de Homoíne, pede ao Governo moçambicano que, em 2017, trabalhe lado a lado com os comerciantes para fiscalizar os preços e impedir a especulação. "Fazerem trabalho mesmo, andarem a fiscalizar, ver quais são os preços que os comerciantes fazem, porque cada pessoa aplica o preço que acha", queixa-se. "Hoje uma coisa está a 250 meticais e amanhã a mesma coisa custa já 300 meticais", exemplifica Sandra José.

Ultrapassar a crise

Tofane Abibo diz que a população está ansiosa para saber o que o Governo vai fazer para ultrapassar a crise económica. Este residente na cidade de Maxixe espera também que 2017 traga o fim efetivo da tensão político-militar entre as forças do Governo e da RENAMO.

Moçambicanos esperam um novo ano sem crises

"Esperamos que aqueles que são senhores de guerra nas duas partes entrem em negociações e haja paz", afirma Tofane Abibo, acrescentando que esse seria "o maior ganho para o povo moçambicano" no próximo ano.

"Esperamos que esta trégua anunciada no dia 27 de dezembro seja um prenúncio de um bom começo para a estabilidade nacional."

Ismael Mussagy, residente em Inhambane, não está tão otimista. Ele diz que Moçambique não é um país totalmente democrático, porque as pessoas ainda vivem com medo de perseguições e assassinatos. Mussagy prevê que o ano de 2017 seja ainda pior, "porque a situação está a ramificar-se".

Mussagy lembra que há jornalistas e comentadores que são perseguidos no país. Pede ainda que "de facto, a Constituição da República seja respeitada, como o Corão para os muçulmanos e a Bíblia para os cristãos. Só então é que haverá uma paz real e efetiva".