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Migração: Merkel quer acordos bilaterais e trilaterais na UE

AP | DPA | Reuters | EFE | tms
24 de junho de 2018

Num encontro com líderes europeus este domingo (24.06), para discutir a crise migratória, a chanceler Angela Merkel tentou minimizar as expetativas para a cimeira que deverá ocorrer esta semana em Bruxelas.

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Chanceler Angela Merkel e o presidente da Comissão da UE, Jean-Claude JunckerFoto: Reuters/Y. Herman

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, minimizou este domingo as expetativas de que a cimeira da União Europeia (EU) na próxima quinta-feira possa chegar a um acordo completo sobre uma política de migração europeia. Merkel, ao contrário, defendeu acordos bilaterais e trilaterais para lidar com os migrantes na Europa.

Os países da UE precisam perceber "como podemos ajudar uns aos outros sem ter que esperar pelos 28 [estados-membros], mas pensando o que é importante para todos", disse Merkel ao participar da minicimeira em Bruxelas na tarde de domingo, na qual estiveram presentes outros 15 líderes europeus.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, também apoiou o discurso de Merkel, dizendo que se nenhum acordo fosse alcançado entre todos os membros do bloco, um grupo menor poderia avançar para lidar com a questão.

Deutschland PK Innenminister Horst Seehofer in Berlin
Horst Seehofer, ministro alemão do InteriorFoto: picture alliance

A minicimeira deste domingo foi um encontro informal, uma tentativa de resolver as diferenças em relação à migração. A reunião ocorre em meio a dificuldades domésticas na Alemanha em relação à questão da migração e à repressão aos navios de resgate de ONGs que operam no Mar Mediterrâneo, principalmente com migrantes africanos.

Crise na coligação alemã

Merkel está a correr contra o tempo. Ela precisa encontrar uma solução na UE até o final deste mês para evitar mais problemas em casa. Se ela falhar, o ministro do Interior, Horst Seehofer, do partido da União Social-Cristã (CSU) ameaça avançar com novas regras de migração que permitiriam à Alemanha recusar a entrada de pessoas na fronteira se já tivessem sido recusadas asilo, ou se solicitaram asilo noutros países do bloco.

Angela Merkel, que dirige a União Democrata-Cristã (CDU), argumentou contra uma ação unilateral, dizendo que a política de migrantes só pode ser efetivamente acordada e implementada a nível europeu. Merkel espera ter mais apoio para uma abordagem de todo o bloco até o final do mês.

Crise migratória na Europa

A situação dos migrantes ameaçou piorar nas últimas semanas, com o novo Governo de Itália se recusando a permitir que navios com centenas de migrantes atracassem em seus portos.

Depois de negar o desembarque ao navio de resgate Aquarius, da ONG francesa SOS Méditerraneé, que mais tarde atracou na Espanha, a Itália disse este fim de semana que bloquearia o navio Lifeline, operado pela ONG alemã Mission Lifeline. Malta também recusou a permissão ao Aquarius e ao Lifeline para atracar em seus portos.

No sábado (23.06), o Presidente Emmanuel Macron e o chefe do Governo espanhol, Pedro Sanchez, defenderam a criação de centros de desembarque em "solo europeu". A medida também já foi abordada com a chanceler Angela Merkel.