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Merkel nos EUA para "diálogo amplo" com Trump

Michaela Küfner | mjp | Lusa
27 de abril de 2018

A chanceler alemã está hoje em Washington, onde se vai reunir com o Presidente norte-americano. Angela Merkel espera manter um "amplo diálogo" com Donald Trump sobre o comércio. Mas as expectativas estão em baixa.

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G20 Gipfel in Hamburg | Trump & Merkel
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

Horas antes do voo para Washington, Berlim confirmou que está a preparar-se para uma eventual guerra comercial com os Estados Unidos da América (EUA).

Espera-se que o Presidente Donald Trump imponha taxas alfandegárias sobre as importações europeias de aço e alumínio a partir de 1 de maio, terminando assim as atuais isenções. E as novas tarifas podem atingir particularmente o sector automóvel alemão.

Angela Merkel chega aos EUA sem ilusões de que será capaz de equiparar a operação de charme do Presidente francês, Emmanuel Macron, que esteve em Washington nos últimos três dias.

Falta de "química"

Na última reunião na Casa Branca, há cerca de um ano, ficou clara a falta de "química" entre Merkel e Trump quando o Presidente norte-americano se recusou a apertar a mão da chanceler para uma fotografia.

Merkel nos EUA para "diálogo amplo" com Trump

Também no ano passado, depois de Donald Trump ter criticado o que considera ser o baixo contributo dos parceiros europeus para a NATO, e perante a incapacidade de chegar a acordo com o Presidente norte-americano sobre o combate às alterações climáticas, Angela Merkel chegou a uma conclusão: "O tempo em que podíamos contar totalmente uns com os outros acabou em certa medida. Verifiquei isso nos últimos dias."

Observadores sublinham que o carácter impulsivo de Trump na tomada de decisões contrasta com a visão da chanceler alemã. "Confronta os próprios parceiros com posições muito duras. Ameaça e depois volta atrás e entra num modo mais cooperativo. Diria que deixou os parceiros europeus muito de pé atrás", afirma Daniela Schwarzer, diretora do Conselho Alemão para a Política Externa.

Macron ao lado de Merkel

Angela Merkel tentará abordar com Donald Trump temas que Emmanuel Macron não conseguiu resolver, apesar da cumplicidade evidenciada no plano pessoal com o Presidente norte-americano. No final da sua visita de Estado, o Presidente francês mostrou que está ao lado de Merkel na arquitetura da política global. Pediu a Washington que não inicie uma "guerra comercial" com a União Europeia (UE) e que combata as mudanças climáticas porque "não há um planeta B".

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No Congresso norte-americano, foi aplaudido de pé quando criticou a "ilusão do nacionalismo" nos EUA. "Foram os Estados Unidos que inventaram o multilateralismo e agora são vocês que têm de ajudar a preservá-lo e a reinventá-lo", salientou.

Sem grandes concessões de Trump a Macron sobre os grandes dossiês, a chanceler alemã leva uma lista de temas urgentes para a reunião na Casa Branca. "Há três pontos importantes na agenda: um é definitivamente o comércio e as críticas ao acordo de comércio transatlântico. O segundo são as contribuições da Alemanha em termos militares para a NATO. E o terceiro é o acordo nuclear com o Irão", diz Daniela Schwarzer:

O Irão ocupa em grande parte os esforços dos europeus para salvar a credibilidade dos acordos multilaterais de segurança. Macron deixou Washington convicto de que os Estados Unidos vão abandonar o acordo.  E Merkel vai fazer tudo para convencer Trump a ficar, insistindo nomeadamente na proposta de alargar o tratado, respondendo a algumas das exigências norte-americanas.

O acordo assinado em 2015 pelo Irão e os EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha) prevê um maior controlo do programa nuclear iraniano em troca do alívio das sanções internacionais ao país. Trump chama-lhe "o pior pacto de todos os tempos" e ameaça sair já a 12 de maio.