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Maputo passa a ter acesso direto a gás nacional

Romeu da Silva (Maputo)11 de setembro de 2014

Finalmente, Maputo e o distrito de Marracuene, nos arredores da capital, podem consumir gás natural produzido originalmente em Moçambique, que, até agora, tinha de ser reimportado da África do Sul.

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Foto: picture-alliance/dpa

O Projeto de Distribuição de Gás foi inaugurado esta quinta-feira (11.09) em Maputo. A capital moçambicana e o distrito de Marracuene, a trinta quilómetros de distância, passam a consumir gás natural extraído do próprio país, deixando de o reimportar da vizinha África do Sul.

Trata-se do gás natural produzido em Temane, província sulista de Inhambane, pela petroquímica sul-africana SASOL. Inicialmente, o gás destinava-se apenas à África do Sul, mas houve muitas críticas por este produto não beneficiar os moçambicanos.

Agora, com a distribuição direta do gás nacional para Maputo, o presidente do Conselho Municipal, David Simango, augura uma nova era.

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"A distribuição de gás doméstico será extensível às nossas cozinhas", diz Simango. A distribuição "melhorará substancialmente a qualidade de vida dos nossos munícipes e aliviará o consumo de combustível lenhoso, que contribui para a degradação das florestas, os nossos pulmões naturais."

Da botija ao gás canalizado

O gás natural será transportado para Maputo através dos gasodutos de transmissão da Republic of Mozambique Pipeline Company (ROMPCO) e da Matola Gas Company (MGC).

"Para nós a materialização deste sonho sabe duplamente bem: primeiro, por termos conseguido trazer o gás de Pande e Temane a Maputo através de um gasoduto. E, depois, pelo facto deste projeto já estar a gerar frutos para os moçambicanos", diz Nelson Ocuane, da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH).

Massificação e receios

Segundo Ocuane, numa primeira fase, o gás será distribuído a grandes empresas. Depois, a ideia é alargar a distribuição aos particulares. "Estamos a trabalhar com vista a encontrar as melhores opções técnicas e financeiras de massificação das ligações para os consumidores domésticos."

O plano não se restringe a Maputo e arredores. “Continuaremos a envidar esforços para que mais moçambicanos no distrito e nas cidades de todo o país possam usufruir deste recurso”, diz o presidente do Conselho de Administração da ENH.

A "massificação" do gás natural de que Ocuane fala será certamente um dos grandes desafios que a empresa enfrentará no futuro. Ainda há muitas pessoas que recusam consumir este produto por recearem explosões.

Benefícios dos recursos

Armando Emilio Guebuza Präsident Mosambik Afrika
Presidente moçambicano, Armando GuebuzaFoto: picture-alliance/dpa

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, garante que o Projeto de Distribuição de Gás Natural de Maputo e Marracuene (PDGM) trará benefícios não só para as empresas, mas também para os consumidores domésticos.

"O nosso Governo reafirma o seu compromisso de assegurar que os recursos existentes no nosso solo e subsolo beneficiem cada vez mais moçambicanos através do orçamento e da implementação de projetos desta natureza ou similares", disse Guebuza.

A empresa pública Eletricidade de Moçambique já efetuou um estudo de viabilidade técnico-económica para a conversão para gás natural das suas turbinas a gasóleo na Central Térmica de Maputo, com vista à produção de 54 megawatts de eletricidade.

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