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Criminalidade

Manifestantes protestam no Uganda contra abusos na Líbia

Alex Gitta (Kampala) | Thiago Melo
8 de dezembro de 2017

Movimento Pan-Africano exige que Governo líbio investigue denúncias sobre venda de migrantes africanos. Embaixadora da Líbia no Uganda rejeita acusações e diz que maus-tratos a seres humanos são contra cultura do país.

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Protesto contra leilão de escravos na Líbia realizado em novembro, em MarrocosFoto: Getty Images/AFP/F. Senna

A indignação após as revelações da venda de migrantes africanos na Líbia continua a espalhar-se por África. Esta quinta-feira (07.12), o Movimento Pan-Africano no Uganda realizou uma manifestação pacífica e convidou a comunidade internacional a intervir.

A manifestação vem na sequência de relatos de abusos graves de direitos humanos, incluindo o leilão de migrantes africanos na Líbia. Nas ruas de Kampala, os manifestantes seguiram de forma pacífica em direção à embaixada da Líbia no país. Ao protesto juntaram-se motociclistas. 

08.12.17 - Atualidade: Protesto no Uganda - Líbia - MP3-Mono

O chefe do grupo, Andrew Irumba, encontrou-se com a embaixadora da Líbia no Uganda, Naima Algihan. Irumba apresentou uma petição que convida o Governo líbio e a comunidade internacional a investigar as acusações.

"Exigimos a libertação de todos os imigrantes e refugiados africanos dos centros de detenção e o fim das detenções arbitrárias na Líbia. Pedimos também a investigação de todas as alegações de tortura e outros maus-tratos e a garantia que os perpetradores suspeitos sejam processados num julgamento transparente e justo para pôr fim ao círculo vicioso dos abusos", afirmou Andrew Irumba.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 20 mil refugiados e requerentes de asilo são mantidos ilegalmente em centros de detenção na Líbia e são alegadamente submetidos a tratamento desumano.

Embaixadora rejeita denúncias

Naima Algihan refutou essas acusações e disse que não existe venda de migrantes na Líbia. A embaixadora leu um documento do Ministério dos Negócios Estrangeiros líbio, dizendo que maus-tratos a seres humanos são contra a cultura do país.

Mercado de escravos na Líbia

"O ministério expressa sua rejeição de ações tão desumanas que são contrárias à cultura e património do povo da Líbia e confirma que o que foi publicado nos meios de comunicação a este respeito está a ser investigado pelas autoridades. Se algo for provado, os envolvidos serão punidos", declarou.

A embaixadora garantiu que a Líbia está a seguir regulamentos estipulados nas leis internacionais relativas aos refugiados e migrantes.

O Movimento Pan-Africano pretende apresentar mais petições a organismos internacionais, incluindo a União Europeia (UE) e as Nações Unidas, pedindo que as autoridades líbias permitam que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) se encarregue de todos os imigrantes na Líbia.

O leilão de africanos foi divulgado inicialmente pela rede de notícias norte-americana CNN. Segundo a reportagem da emissora de televisão, os migrantes eram vendidos por 400 dólares.

Thiago Melo da Silva
Thiago Melo Jornalista da DW África em Bona