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Malária deve ser uma prioridade no "centro do radar"

Vanessa Raminhos25 de abril de 2016

Assinala-se esta segunda-feira (25.04), o Dia Mundial da Malária. O continente africano continua a ser um dos mais afetados pela doença e a Organização Mundial de Saúde pretende erradicar a malária até 2030.

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Foto: picture-alliance/dpa/Wildlife/W.Moeller

A 25 de abril assinala-se o Dia Internacional da Malária, mas em alguns países do mundo, especialmente em África, todos os dias são dias da malária.

Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe fazem parte da lista dos 15 países do mundo mais afetados pela doença.

O empresário guineense Paulo Gomes colabora com a Roll Back Malaria, uma organização internacional que pretende ajudar o mundo a combater a doença, até agora com resultados bastante positivos. "De 2000 a 2015 houve mais de 6 milhões de vidas que foram salvas graças aos esforços da organização na matéria da luta contra a malária. O nível de incidência reduziu para 35% e o nível de mortalidade foi reduzido agora para 60%. O objetivo é, até 2020, reduzir a mortalidade até aos 20%", explica Paulo Gomes.

A malária foi responsável, no ano passado, por mais de 400 mil mortes, das quais 70% foram crianças com menos de 5 anos.

Malária como travão para o crescimento económico

Apesar dos avanços, Paulo Gomes defende que ainda há um longo caminho a percorrer no combate à doença, que considera ser um travão para o crescimento das economias. "Um dos elementos importantes para o crescimento económico de um país é aumentar a produtividade e a malária não ajuda a aumentar a produtividade. É também uma questão de crescimento económico e de transformação das nossas economias em África. A luta contra a malária é um elemento muito importante na luta contra a pobreza e também para o crescimento dos nossos países", clarifica.

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Rede mosquiteiraFoto: DW/P. Musvanh

As organizações envolvidas no combate à malária pretendem aumentar o investimento na prevenção e meios de diagnóstico para cerca de 6 mil milhões de euros até 2020. Paulo Gomes acredita que, apesar do avultado montante, o investimento será rapidamente recompensado.

"Nós temos que mobilizar, primeiro nos próximos cinco anos, um montante anual de 6,4 mil milhões de dólares e, até 2030, passar para um montante de cerca 8,5 mil milhões de dólares por ano. Parece um grande montante, mas quando vê as estatísticas, o montante é, de facto, muito pequeno, quando se compara ao impacto positivo que isso pode ter na mudança dos países", afirma o mestre em Políticas e Finanças Públicas.

Erradicar a malária?

Erradicar a malária até 2030 é um dos Objetivos do Milénio da Organização Mundial de Saúde e o empresário reforça a importância do envolvimento político para lá chegar.

"Nós podemos atacar esse problema de uma forma conjunta. Precisamos de continuar a ter o envolvimento político, todo o país tem um papel importante para mobilizar o poder político e para que a questão da malária esteja no centro do radar e que seja uma prioridade importante".

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Paulo Gomes salienta que a "prevenção é a melhor arma" e afirma que a melhor forma de proteção é feita através da utilização da rede mosquiteira.