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Joaquim Jaime Monteiro, o candidato “porta a porta” de Cabo Verde

1 de agosto de 2011

Com poucos meios financeiros, candidato independente não realizou comício. Eleitores questionam “fôlego” de Monteiro, que tem 71 anos e fez flexões em praça pública. Ele defende “fim da polarização política” no país.

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"Joaquim Monteiro, candidato à Presidência", apresenta-se o independente, ao ser atendido por eleitores
"Joaquim Monteiro, candidato à Presidência", apresenta-se o independente, ao ser atendido por eleitoresFoto: Daniel Almeida

Em Cabo Verde, a campanha presidencial entrou na última semana. A reportagem da Deutsche Welle acompanhou alguns passos de Joaquim Jaime Monteiro – que, segundo a DW apurou, é o candidato que aparentemente menos tem hipóteses de ganhar ou de passar à segunda volta.

O motivo: os poucos meios financeiros de que Monteiro dispõe. Desde o início da campanha presidencial, não conseguiu realizar nenhum comício. As atividades do candidato tem se resumido a contatos porta a porta com o eleitorado. Ao ser atendido, apresenta-se: “Joaquim Monteiro, candidato à Presidência. É o único candidato que é o candidato do povo de Cabo Verde, com o povo de Cabo Verde e para o povo de Cabo Verde”.

Tom “jocoso” para a campanha presidencial

Ainda segundo a Deutsche Welle apurou, Joaquim Jaime Monteiro trouxe um tom jocoso para a campanha. Um exemplo: aos 71 anos de idade, o candidato foi questionado algumas vezes pelos eleitores se terá fôlego para aguentar os solavancos do cargo mais alto do país.

Para mostrar que pode aguentar muito mais, Monteiro respondeu dando flexões em plena via pública. Depois, disse: “Quando o meu pai faleceu, tinha 103 anos de idade. Aos 96 anos, fazia todos os dias qualquer coisa como 20 e tal flexões”.

Joaquim Monteiro acredita que depois das presidenciais de domingo muita coisa vai mudar no panorama político cabo-verdiano: “Vai ser qualquer coisa inédita para Cabo Verde. Vai-nos trazer o Cabo Verde do futuro”, afirma.

Joaquim Monteiro quer substituir o atual presidente, Pedro Pires (na imagem, durante as legislativas, em fevereiro deste ano)
Joaquim Monteiro quer substituir o atual presidente, Pedro Pires (na imagem, durante as legislativas, em fevereiro deste ano)Foto: picture-alliance/dpa

Fim da “bipolarização” política em Cabo Verde

Com o povo ao seu lado, o independente Joaquim Jaime Monteiro não tem dúvidas: a vitória é certa. “Os resultados apontam para uma vitória, porque vai ser ineditamente [sic], vai ser a primeira vez na história do povo cabo-verdiano em que aparece um candidato do povo, com o povo, para o povo, que não é um candidato dos partidos políticos. Os outros três candidatos, um é do MpD [da oposição], e os outros dois do PAICV [partido no poder]”, enumera, acrescentando que “Cabo Verde não é mais o mesmo [país]” de antes da campanha e que os eleitores farão “a justiça necessária” nas urnas.

Segundo o candidato, “fazer justiça” significa, entre outros, quebrar a bipolarização da sociedade cabo-verdiana. Monteiro defende que os partidos políticos deveriam estar longe das presidenciais: “Digo que o Estado não deveria financiar essas campanhas e deixar que cada um se ‘desenrascasse’ e assumisse a sua candidatura”.

No domingo, 7/8, mais de 300 mil eleitores escolhem o sucessor de Pedro Pires na Presidência da República de Cabo Verde. Além de Joaquim Jaime Monteiro, concorrem outros três candidatos: Aristides Lima (também independente), Manuel Inocêncio Sousa (apoiado pelo MpD, da oposição) e Jorge Carlos Fonseca (apoiado pelo partido governista PAICV).

Autor: Nélio dos Santos (Cidade da Praia)

Edição: Renate Krieger / António Rocha