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ICMA promove inclusão social

Leonel Matias (Maputo)11 de junho de 2015

Em Moçambique, o ICMA leva a cabo desde quarta-feira (10.06) várias atividades com o objetivo de promover a inclusão na sociedade. A iniciativa pretende dar voz a grupos discriminados.

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Birgit Plank (centro), responsável do ICMA em MoçambiqueFoto: DW/L. Matias

O grupo alvo desta iniciativa são as pessoas vivendo com o HIV-SIDA, mulheres, antigos trabalhadores moçambicanos na ex- RDA, República Democrática Alemã, vulgo "madgermanes", lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais.

Durante duas semanas serão promovidos debates, exposições, concertos musicais, recitais de poesia e exibição de filmes. Estão igualmente previstos dois dias para testes gratuitos e aconselhamento sobre o HIV-SIDA.

A Diretora e Gestora do Centro Cultural Moçambique-Alemanha, ICMA, Birgit Plank, afirmou à DW África que a sua instituição elegeu desde o início a questão da inclusão como ponto da sua agenda: "Desde a sua criação, o ICMA trabalha com o tema inclusão. Já trabalhamos muitas vezes com artistas com deficiência física e abrimos o nosso espaço para grupos marginalizados."

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Moçambique é um dos países com o índice de HIV-SIDA mais altos da África AustralFoto: MSF internal publications & fundraising

Melhor entendimento e tolerância

Birgit Plank disse que as semanas de inclusão, visam igualmente desmistificar alguns temas sensíveis na sociedade: "Com essas semanas de inclusão promovemos mais uma vez uma plataforma para melhor o entendimento e mais tolerância."

As atividades no âmbito das semanas de inclusão arrancaram com um debate na quarta-feira (10.06) que abordou a situação da mulher moçambicana.

Maria Atália, uma das participantes no lançamento público destas atividades defendeu que a iniciativa vai permitir a troca de experiências entre as mulheres para melhor lutarem contra a exclusão social: "A partir do momento em que me ergo e deixo bem claro a minha personalidade, os meu direitos, os meus deveres e as coisas nas quais acredito, dificilmente as pessoas vão-me excluir."

Uma exposição fotográfica vai retratar a vida das lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais, numa altura em que lutam para que a sua associação, LAMBDA (Associação Moçambicana para a Defesa das Minorias Sexuais), seja legalizada no país.

"Com esta iniciativa pretendemos dar voz a este grupo alvo para que possa contar a sua historia na primeira pessoa, livre de preconceitos e estereótipos, mostrando a sociedade que a sua vida é a vida de um moçambicano comum”, sublinhou Birgit Plank.

Mosambik Maria Atalia Schauspielerin Maputo
Maria Atália, actrizFoto: DW/L. Matias

O contributo dos artistas

O músico Ras Haitrm defende que iniciativas como as semanas de inclusão “deviam ser promovidas todos os dias” e explica porquê: "Nós temos problemas de comunicação, como levar a educação aos pontos que necessitam mais dessas informações sobre o HIV-SIDA, sobre como devemos tratar."

Por seu turno, o ativista social Flash Enccy conta o que o levou a abraçar a iniciativa: "Todos deviam ter acesso ao emprego, bons salários, aos mesmos cuidados de saúde, independnetemente das nossas diferenças económicas deviamos ser inseridos socialmente."

O rapper, com o nome artístico de Tira Teimas, considera que as semanas de inclusão poderão ter um forte impacto na sociedade.

"É grandioso imaginar que existe um grupo que compartilha das mesmas ideias que as minhas e que juntos podemos mudar alguma coisa."

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