Imprensa alemã destaca cimeira EUA-África
8 de agosto de 2014O Frankfurter Allgemeine Zeitung e o Neuer Zürcher Zeitung chamaram a atenção para a cimeira Estados Unidos-Africa em Washington, afirmando que os norte-americanos querem investir fortemente no continente. Para o Frankfurter Allgemeine Zeitung, os investidores alemães podem fazer o mesmo, mas precisam observar quais fundos escolher, uma vez que as diferenças são enormes.
Os líderes africanos deixaram os Estados Unidos com a promessa de que as empresas norte-americanas irão investir 10,5 mil milhões de euros no continente. Além disso, o governo dos Estados Unidos deverá fazer um fundo de auxílio a exportação no valor de 5 milhões de euros para as empresas do país fazerem negócios em África.
A Coca-Cola, os hotéis Marriott, a empresa financeira Blackstone e outros investidores privados já anunciaram investimentos de quase 12 mil milhões de euros.
"Os Estados Unidos percebem agora o que a China viu há muito tempo: as taxas de crescimento de cinco por cento ao ano. E isto é apenas o valor médio de um continente unindo países relativametne fracos – como Níger e o Chade. Nos países dinâmicos como a Nigéria e a Tanzânia, as taxas de crescimento são de oito por cento a nove por cento", escreve o jornal.
Direitos humanos
O Berliner Zeitung salientou não somente os investimentos anunciados, mas também as críticas das organizações dos direitos humanos sobre a cimeira, que acabou delegando o tema ao segundo plano.
Os principais alvos do texto foram o Presidente Teodoro Obigang, da Guiné Equatorial, classificado pelo periódico como o cabeça de um regime cleptocrata, eo pomposo rei Mswati III, da Suazilândia.
Caso Pistorius
O Süddeutsche Zeitung destacou na matéria "A última volta" o julgamento do atleta paralímpico sul-africano Oscar Pistorius. O texto salienta o período de alegações finais do julgamento do desportista.
O procurador Gerrie Nel dedicou-se a enfraquecer a tese da defesa do campeão, que acusa de ter deliberadamente matado a sua namorada Reeva Steenkamp em fevereiro de 2013.
Numa sala cheia do tribunal de Pretoria, já na fase final de um julgamento iniciado há cinco meses, o procurador considerou que Pistorius foi apanhado pelas suas próprias mentiras.
Para Nel, o acusado foi "uma testemunha terrível" que se contradisse várias vezes e a sua versão dos factos é "absolutamente desprovida de qualquer verdade".
Segundo a acusação, Reeva Steenkamp refugiu-se na casa de banho para fugir à fúria do seu namorado, antes de Pistorius a matar com quatro balas disparadas através da porta.
O atleta alegou primeiro que matou a modelo de 29 anos pensando que estava a disparar contra um intruso na sua casa.
País modelo
O Frankfurter Allgemeine Zeitung publicou a matéria "O país modelo quebrou novamente". O texto ressalta que, apesar das riquezas minerais, o Gana precisa cada vez mais da ajuda externa. O Fundo Monetário Internacional deve seguir ajudando o país, como tem feito nos últimos cinco anos, no entanto ainda não está claro o montante financeiro a ser transferido.
A economia de Gana sofre no momento com elevado índice de inflação e a desvalorização da moeda do país, o cedi, que perdeu desde o início do ano 40 por cento do seu valor em relação ao dólar.
"Dado ao fato de o Gana ter grandes depósitos de ouro, ser um dos maiores produtores de cacau do mundo e extrair, desde 2010, petróleo do seu litoral, a ameaça de insolvência parece ser algo distante, no entanto, já bem anunciada", escreve o jornal.
Ébola
O jornal Handeslblatt destacou nesta semana a luta contra o ébola. A matéria ressaltou o auxílio de emergência do Banco Mundial com 195 milhões de euros.
O texto também salienta que a contenção da epidemia acaba sendo prejudicada pelo precário sistema de saúde dos países atingidos.