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Igualdade de género aumenta produtividade de países, diz Banco Mundial

19 de setembro de 2011

Nações onde existem melhores oportunidades para mulheres e meninas têm "economia inteligente", diz presidente da instituição. Porém, desigualdade de géneros continua em várias áreas, como trabalho.

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Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, diz que igualdade de género é "economia inteligente"
Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, diz que igualdade de género é "economia inteligente"Foto: dapd

No documento Desenvolvimento Mundial e Igualdade de Género/2012, lançado nesta segunda-feira (19/9) em Washington (EUA), o Banco Mundial dá vazão a uma campanha pela igualdade de género. O apelo do slogan da campanha, "É hora de pensarmos: Igual!", foi reforçado pelos fatos destacados no relatório.

O documento tem "uma mensagem clara, que diz que temos de trabalhar naqueles aspectos que não desaparecem só como desenvolvimento económico", afirma Ana Revenga, uma das coordenadoras do balanço. Segundo Revenga, duas áreas em que ainda há "muito por fazer" são "a educação para meninas pobres e com menos recursos e também a excessiva mortalidade infantil feminina por todo o mundo."

Angola, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial: altas taxas de mortalidade infantil

Quatro milhões de mulheres morrem por ano em países em desenvolvimento. Segundo o relatório, este número soma meninas que morrem logo após o parto – algumas desaparecem, outras nem chegam a nascer por causa da preferência por filhos do sexo masculino. Um sexto das meninas morre no início da infância e um terço morre na idade reprodutiva.

O relatório do Banco Mundial coloca Angola, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial entre os 15 países com maiores taxas de mortalidade infantil. No que se refere a este aspecto, Angola tem o segundo pior desempenho do mundo, com um número igual ou superior a 100 falecimentos em cada mil crianças com menos de cinco anos. A Guiné-Bissau, por seu turno, surge em nono lugar. Por outro lado, Moçambique regista uma das piores taxas de mortalidade feminina na vida adulta.

Mulheres diante de pediatria no hospital Simão Mendes, na Guiné-Bissau. Com Angola e Guiné Equatorial, país está entre os 15 com maiores taxas de mortalidade infantil
Mulheres diante de pediatria no hospital Simão Mendes, na Guiné-Bissau. Com Angola e Guiné Equatorial, país está entre os 15 com maiores taxas de mortalidade infantilFoto: DW

Outro dos aspectos referidos no relatório são as desigualdades na área do emprego. Ana Revenga diz que, apesar de cada vez mais mulheres estarem no mundo trabalho, elas envolvem-se em actividades distintas das dos homens: "As mulheres têm mais probabilidade de trabalhar como empregadas de família não remuneradas, de ter uma ocupação de baixo rendimento", explica a coordenadora do relatório.

Ou então, acrescenta Revenga, "trabalham no sector agrícola, com menos terras que os agricultores masculinos e menos acesso a fertilizantes. As mulheres empresárias normalmente têm firmas mais pequenas em sectores menos rentáveis", afirma.

Após o balanço do Banco Mundial sobre a relação entre igualdade de género e desenvolvimento, o presidente da instituição, Robert Zoellick, revela uma das principais conclusões do relatório: "Se temos 50% da população mundial a não atingir a sua realização pessoal – mas também a não contribuir para as suas sociedades –, estamos a perder uma enorme oportunidade de desenvolvimento", diz.

"E, pelo que nós vimos, países que prestam atenção a este aspecto tem um melhor desempenho. Então igualdade de género não é só a coisa correcta a fazer. Também é economia inteligente", avalia.

Autora: Carla Fernandes

Edição: Renate Krieger / António Rocha