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PolíticaGuiné Equatorial

Guiné Equatorial: Novo capítulo de integração na CPLP

Lusa
15 de agosto de 2023

A Guiné Equatorial quer passar para outra etapa de integração como Estado-membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), "mais dinâmica" e baseada na "cooperação".

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Äquatorialguinea | Straßenszene in Malabo
Foto: Samuel Obiang/AFP/Getty Images

A Guiné Equatorial "beneficiou de um programa de apoio à integração [na CPLP], e de acompanhamento, que foi concebido num tempo real", afirmou o emabixadfor Tito Mba Ada, em Lisboa desde 2016, dois anos depois da adesão do país à organização lusófona.  

Essa etapa, adianta o embaixador, "terminou em 2022".

"Veremos os bons resultados, tiramos lições e fazem-se recomendações", acrescentou. E graças a elas, na opinião do diplomata são dados "outros passos, com certeza, para não repetir". 

Tito Mba Ada adiantou que a Guiné Equatorial vai ter a oportunidade de apresentar um relatório de avaliação do último programa de apoio à integração do país na CPLP, em São Tomé e Príncipe, que indica como foi implementado. "Cremos que as tarefas foram bem feitas", afirmou.  

O relatório desse programa será apreciado no Conselho de Ministros que antecede a XIV cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorre a 27 de agosto em São Tomé e Príncipe, país que assume nessa data a presidência rotativa da comunidade, sucedendo a Angola. 

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Foto: João Carlos/DW

Cooperação e Ensino da Língua Portuguesa

Para o diplomata, o seu país aproveitou "bem as formações e intercâmbios" com os outros Estados-membros, mas há coisas que querem continuar, sublinhou. 

"A língua portuguesa no sistema educativo do país já não é para nós [referindo-se aos da sua geração, num país maioritariamente falante de espanhol], é para os jovens. Os jovens estão a aprender e o sistema educativo está a avançar. (...) E a língua portuguesa é a nossa língua e não tem data de caducidade", comentou. 

"Vamos começar agora uma nova etapa de cooperação, em que gostaríamos de trabalhar com programas mais amplos", reforçou.

No caso da língua portuguesa, defendeu o embaixador, "é necessária uma estratégia de intervenção conjunta entre diferentes eixos", com destaque para o ensino. E, avançou, "a etapa seguinte vai ser de cooperação".

"Fechamos uma etapa, o programa de acompanhamento já terminou em 2022, mas não termina aí", afirmou TiTo Mba Ada. Para o diplomata, "o processo de integração é partilha, é dinamismo, não é estático". 

"Vamos aumentar a cooperação em todas as áreas, na língua, política, economia, e outras", apelou.

No caso do ensino do português, para o embaixador, também passa por trazer alunos da Guiné Equatorial para estudar em Portugal ou outros Estados-membros, mas para isso é "necessário que os vistos avancem".   

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Preparativos para a Cimeira

A Guiné Equatorial está a ajudar São Tomé e Princípe na relaização da cimeira da CPLP, no próximo dia 27, e já tem pessoal técnico e de protocolo no terreno, disse o embaixador equato-guineense em Lisboa. 

O que o país "vizinho e irmão" de São Tomé e Príncipe espera é que a cimeira "possa decorrer com toda a normalidade", disse Tito Mba Ada, numa alusão à situação política vivida recentemente no país que acolhe a XIV Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que levou na semana passada à demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros, que afirmou que Portugal e Angola têm ajudado pouco a Guiné Equatorial, e à nomeação de um novo chefe da diplomacia. 

Para garantir que tudo vai correr bem na cimeira, o embaixador Tito Mba Ada disse que "São Tomé conta com todo o apoio dos Estados-membros" e da Guiné Equatorial em especial. 

A comunidade foi criada em 1996, mas a Guiné Equatorial só viu a sua adesão concretizada na cimeira de Díli, Timor-Leste, em 2014. Uma adesão envolta num ambiente de polémica política, por ser um país que falava espanhol, no qual ainda vigorava a pena de morte e gerido por um regime acusado por organizações internacionais de desrespeitar os direitos humanos.

A CPLP hoje integra nove países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.  

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