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Guiné-Bissau: sem encontro em Conacri, crise belisca CEDEAO

Lusa | gs
10 de março de 2017

O primeiro-ministro guineense teceu críticas à mediação da CEDEAO. Os dirigentes guineenses não se deslocaram a Conacri, onde estava previsto um encontro esta sexta-feira (10.03).

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Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Sissoco Embaló (esq.) e chefe de Estado, José Mário VazFoto: DW/B. Darame

Certório Biote, líder da bancada parlamentar do Partido da Renovação Social (PRS), segunda força política no Parlamento, garantiu que o seu país não viajou para Conacri.

"O PRS enquanto partido político não recebeu formalmente o convite de Alpha Condé para se deslocar à Conacri", afirmou Certório Biote. O político acrescenta que "o problema da Guiné-Bissau deve ser resolvido no país". 

O encontro, previsto para esta sexta-feira (10.03), na capital da República da Guiné pretendia esclarecer o Acordo de Conacri, firmado em outubro último entre os diferentes atores políticos, a fim de tentar encontrar uma solução para o atual impasse político. 

Para isso, esperava-se poder juntar à mesma mesa representantes dos cinco partidos com assento parlamentar (PAIGC, PRS, PCD, UM e PND), o Governo, o presidente do Parlamento e o representante do grupo dos 15 deputados dissidentes do PAIGC. 

No entanto, Braima Camará, representante dos 15 deputados dissidentes do PAIGC, também defende que a crise deve ser tratada e resolvida internamente.

O secretário nacional do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Aly Hijazi, afirmou que o partido estava disponível para participar no encontro. Também, Agnelo Regalla, presidente do partido União para Mudança (UM) disse que estava pronto para ir a Conacri. 

Mas devido à falta de consenso, a DW África tem informação que os atores políticos guineenses não se deslocaram a Conacri.

Colisão com a CEDEAO

O primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco Embaló, também declinou o convite de Alpha Condé, mediador da Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) para a crise na Guiné-Bissau e Presidente da Guiné-Conacri.

Guinea-Bissau Demonstration in Bissau
Centenas de pessoas saíram à rua, esta quinta-feira (09.03), em Bissau, para exigir a reabertura do Parlamento, a fim de aprovar o programa de GovernoFoto: DW/D. Darame

Para agravar ainda mais a atual crise que paralisa o Parlamento da Guiné-Bissau há cerca de um ano e meio, as quizílias internas alastraram-se para o exterior.

Sissoco Embaló foi duro nas críticas e afirmou que não reconhece idoneidade suficiente a Alpha Condé para continuar a mediar a crise política na Guiné-Bissau. 

O primeiro-ministro acusou Alpha Condé de ser "anti-Fula", a etnia de Sissoco Embaló. Foi assim que o chefe do Governo reagiu às declarações de Marcel de Souza, segundo as quais teria sido Augusto Olivais a figura escolhida para ser primeiro-ministro na Guiné-Bissau, no âmbito do Acordo de Conacri. 

Partido Jovem pede moderação

Em reação às declarações do primeiro-ministro, o líder do Partido Socialista de Salvação da Guiné-Bissau, conhecido por Partido Jovem, Serifo Baldé, exigiu "moderação de linguagem".

Umaro Sissoco Embaló "não pode chamar de nomes a líderes da CEDEAO. É grave", comentou Serifo Baldé, em conferência de imprensa, esta sexta-feira (10.03). O líder do Partido Jovem pediu ainda desculpa à CEDEAO "pelos insultos do primeiro-ministro" guineense. 

"A Guiné-Bissau está num barril de pólvora", avisou Serifo Baldé, que apela à comunidade internacional a intervir "para evitar que o pior aconteça" no país.

O Conselho de Estado guineense volta a estar reunido na próxima quarta-feira (15.03) para tentar encontrar soluções para a crise política em que o país está mergulhado há mais de ano e meio.

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