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Guineenses "aflitos" com a greve na saúde

Iancuba Dansó (Bissau)
11 de outubro de 2022

Setores da saúde e da educação continuam paralisados, o Governo remete-se ao silêncio. Por causa da greve, vários pacientes tiveram de ser transferidos para clínicas privadas ou para o Hospital Militar de Bissau.

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(Foto de arquivo)Foto: Gilberto Fontes

Na Pediatria do Hospital Nacional Simão Mendes, o maior da Guiné-Bissau, muitas mães foram obrigadas a voltar para casa ou a procurar clínicas privadas para conseguir atendimento para os seus filhos doentes.

Vários serviços do Simão Mendes estão parcialmente paralisados por causa da greve, embora haja um atendimento mínimo para os casos considerados mais graves pelos técnicos de saúde. 

"O meu bebé, que acaba de completar um mês, não foi atendido. Ele não consegue dormir à noite", lamentou uma mãe, enquanto outra apelou: "Quero pedir ao Governo que nos ajude a acabar com esta greve. Em outras partes do mundo isso não acontece, a saúde é a primeira coisa na vida".

Com a greve no seu segundo dia, o Governo continua em silêncio. Também não há qualquer informação sobre eventuais negociações com a Frente Social dos sindicatos dos professores e dos técnicos de saúde, que convocou a paralisação.

Governo em silêncio

À saída de uma audiência na Presidência da República, Fernando Dias, líder em exercício do Partido da Renovação Social (PRS), uma das formações políticas que integram o atual Executivo guineense, não se quis pronunciar sobre a greve.

 Ioio João Correia, porta-voz da Frente Social
Ioio João Correia diz estar contente com o nível de adesão à greveFoto: Incuba Dansó/DW

"Nós não queremos dizer nada. Preferimos ficar por aqui", comentou o político, esta terça-feira (11.10), ao ser interpelado pelos jornalistas.

A paralisação afetou também várias escolas públicas, principalmente na capital guineense, exceto aquelas que se encontram em regime de autogestão, onde os pais pagam para os professores não irem à greve. 

Em conferência de imprensa, o porta-voz da Frente Social dos sindicatos, Ioio João Correia, considera que os primeiros dois dias de protesto foram positivos, destacando o setor da saúde: "No Simão Mendes, tivemos informações de que, até ao meio-dia de ontem, houve 10 evacuações para Ziguinchor (República do Senegal). E também nos centros de saúde do Setor Autónomo de Bissau temos boas informações, porque só estão a funcionar os serviços mínimos; não estão a funcionar todos os outros serviços que não fazem parte da urgência médica".

A Frente Social exige, entre outros pontos, o pagamento de salários em atraso e a revogação da medida que suspendeu mais de mil técnicos de saúde que haviam sido admitidos no setor.

Qual é o impacto das greves na Guiné-Bissau?