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Autoridades querem responsabilização no caso "Vila Olímpica"

Romeu da Silva (Maputo)10 de junho de 2016

Quinze famílias foram evacuadas da Vila Olímpica de Zimpeto, em Maputo (Moçambique), devido a problemas de infiltração e de canalização, para além da falta de qualidade das obras nos respetivos apartamentos.

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Muro da piscina da Vila Olímpica que desabou matando uma pessoa e ferindo outras em fevereiro de 2016Foto: DW/R. da Silva

Três meses depois da parede frontal da piscina do Zimpeto desabar, alguns dos 800 apartamentos da Vila Olímpica, no bairro do Zimpeto, estão a ruir a pouco e pouco.

Os apartamentos foram construídos na esteira dos décimos Jogos Africanos, em 2011. Mas têm rachas e infiltrações – até agora, quinze famílias tiveram de ser evacuadas. Os residentes, que pediram para não serem identificados, exigem que os problemas sejam resolvidos rapidamente. E não querem continuar a pagar os apartamentos.

Para uma das prejudicadas "o Governo devia pagar a todas as famílias, já passa muito tempo. Quanto mais cedo possível para que as coisas sejam resolvidas."

Já outro morador afetado acha que há falta de vontade por parte das autoridades: "Não percebo a razão dessa demora. Na minha opinião bem sabiamos que houve culpados e negligência dos próprios dirigentes. As pessoas que estão à frente disso não querem trabalhar. Acredito que é por falta de condições."

A falta de apoio é outra lamentação dos moradores: "Sem ajuda nenhuma, a situação está super difícil, porque até este momento não estão a tomar conta [assunto]"

Empreiteiro recusa-se a fazer reparações
O Fundo de Fomento de Habitação, FFH, a entidade que gere o Complexo Olímpico, esclarece que a maior parte dos andares inferiores estão a ser afetados por uma rutura do sistema de abastecimento de água.

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Parede frontal da piscina olímpica do Complexo desportivo de Zimpeto, em MaputoFoto: DW/R. da Silva

Rui Costa da FFH diz já ter cancelado o processo de pagamento das amortizações das15 famílias, até que os apartamentos sejam reabilitados: "Grande parte dos problemas que os moradores têm estado a reportar conseguimos resolver por isso temos uma equipa de manutenção que constantemente está aqui. Uma vez concluídas as reabilitações chamamos as famílias para de novo ocupar as instalações.”

Em 2012, o Governo já tinha notificado o consórcio Mota-Engil e Soares da Costa, responsável pelas obras. Mas o consórcio não aceitou fazer as reparações, alegadamente porque a obra foi concebida para ocupação provisória.

O ministro moçambicano das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Bonete, refere que o processo está nas mãos da Justiça: "O relatório que nós fizemos aqui já foi tornado público. O mesmo foi encaminhado a Procuradoria-geral da República e ainda está lá para a responsabilização em termos criminais se houver matéria para tal. Mas isso cabe a Procuradoria.”

Depois do muro da piscina Olímpica do Zimpeto ruir, em fevereiro, a preocupação do Governo moçambicano é saber se todas as infra-estruturas do Complexo Olímpico do Zimpeto têm a qualidade necessária: “na nossa causa que era perceber o acidente já o fizemos publicamente e depois o Governo na sequência disse que para além da piscina temos que saber qual é a saúde do complexo. É isso que estamos a fazer e na devida altura o relatório será dado a conhecer."

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