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G19 disponibiliza 466 milhões de euros a Moçambique

Romeu da Silva (Maputo)3 de junho de 2013

Os 19 países parceiros de Moçambique vão disponibilizar 580 milhões de dólares (466 milhões de euros) para o Orçamento do Estado de 2014 . Mas faltam ainda 100 milhões de dólares (77 milhões de euros).

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Maputo, Moçambique
Maputo, MoçambiqueFoto: picture-alliance/dpa

Portugal, Noruega, Finlândia e Reino Unido, que integram o G19, o grupo dos parceiros do Orçamento Geral do Estado de Moçambique, tinham prometido 100 milhões de dólares (77 milhões de euros). Mas ainda não se pronunciaram sobre a verba que vão destinar para as despesas de funcionamento do Estado moçambicano.

O G19 pretende que o montante já angariado, de 466 milhões de euros, seja aplicado no apoio a pequenas e médias empresas, para possibilitarem a criação de mais emprego.
Mogens Pederson, representante do grupo, que inclui a Alemanha, destaca a necessidade de melhorar o ambiente de negócios em Moçambique. De acordo com Pederson, “muitas pequenas e médias empresas avançam dificilmente porque o ambiente de negócios nem sempre é bom”, o que “impede essas empresas de crescerem”, explica.

“Temos de fazer um esforço para que as empresas criem muito rendimento, emprego para as camadas mais pobres da sociedade”, avalia o representante do grupo de parceiros do Orçamento do Estado de Moçambique.

Combate à corrupção

Ao mesmo tempo que defende o fortalecimento de “um crescimento inclusivo, em benefício de todos os moçambicanos, para reduzir fortemente a pobreza”, Mogens Pederson diz que “seria bom fortalecer a transparência para melhor combater a corrupção, fortalecer a gestão das finanças públicas para evitar casos de corrupção”.

Segundo o representante do G19 e também embaixador dinamarquês em Maputo, há “vários casos (de corrupção) que têm sido evocados, nos últimos meses, por exemplo, houve fraude na educação, problemas no sector da madeira”. “O que é importante é dar seguimento a esses assuntos, para que não haja impunidade, porque a impunidade é o amigo íntimo da corrupção”, argumenta Mogens Pederson.

Cresce a confiança em Moçambique

Alguns países do G19 atravessam crises financeiras. Pelo que, de uma forma global, nos últimos 15 anos, a ajuda pública ao desenvolvimento, no mundo, baixou 3%.
Apesar da crise nos países parceiros e dos problemas de corrupção em Moçambique, o representante do G19, Modens Pederson, reconhece que cresceram os níveis de confiança no país africano.

O governo também fala em confiança externa no executivo. Momade Piaraly, diretor nacional de Planificação, afirma: “os parceiros incrementam a ajuda pública ao desenvolvimento de Moçambique. Por exemplo, de 2011 a 2012 cresceu 3%; e de 2012 a 2013 cresceu 0,1%, o que diz respeito a todos os fluxos financeiros que entram no país, não só para o governo, mas incluindo para entidades não governamentais”.

Governo quer apoiar empresas

O governo promete financiar as pequenas e médias empresas na componente de capacitação. No entanto, Momade Piaraly, diretor nacional de Planificação, deixa claro que o executivo não é uma instituição bancária.
“As pequenas e médias empresas encontram apoio no Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas, que vai dando o “know how”, como fazer, como procurar financiamento para aquilo que pretendem. Então esse é o papel de promoção, mas o governo não é um banco com dinheiro para providenciar empréstimos às empresas”.

O executivo moçambicano assegura ainda que a educação, saúde, ação social, infraestruturas, agricultura e boa governação são as áreas prioritárias a serem financiadas.

Apesar de estar a aumentar a capacidade de se autofinanciar com recursos internos, o financiamento do Estado moçambicano ainda depende, em mais de 50%, de apoio externo.

G19 disponibiliza 466 milhões de euros a Moçambique

Governo moçambicano promete investir no melhoramento de infraestruturas, nos sectores de educação, saúde, ação social
Governo moçambicano promete investir no melhoramento de infraestruturas, nos sectores de educação, saúde, ação socialFoto: Reuters
É necessário melhorar o ambiente de negócios para que pequenas e médias empresas possam crescer, diz representante do G19
É necessário melhorar o ambiente de negócios para que pequenas e médias empresas possam crescer, diz representante do G19Foto: DW/G. Sousa