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Francofonia disponível a apoiar eleições no Burkina Faso

Nélio dos Santos (Cidade da Praia)18 de novembro de 2014

A Organização Internacional da Francofonia vai ajudar o Burkina Faso a realizar eleições em novembro de 2015. O apoio da organização começa com apelos ao retorno a estabilidade e diálogo, dirigidos em Ouagadougou.

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Cidade de Ouagadougou, Burkina Faso, durante as eleições de 2012Foto: picture-alliance/dpa

O antigo Presidente de Cabo Verde António Mascarenhas Monteiro, enviado da Organização Internacional da Francofonia ao Burkina Faso, considera uma boa escolha a indicação do diplomata Michel Kafando como Presidente interino do Burkina Faso, que toma posse esta terça-feira (18.11).

Para António Mascarenhas Monteiro a carreira de Kafando é uma vantagem: "Foi bom terem escolhido esse diplomata, um homem muito bem preparado, um homem com longa experiência da vida política, por isso acho que nesse aspeto a escolha foi muito boa."

A escolha de Michel Kafando aconteceu 16 dias depois da destituição do Presidente Blaise Compaoré, e de uma maratona de consultas internas, com mediação da comunidade internacional onde se destaca a intervenção da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, CEDEAO, União Africana, UA, e da Organização Internacional da Francofonia, cuja missão foi chefiada por António Mascarenhas Monteiro.

Francofonia pede diálogo no país

Michel Kafando
Michel Kafando, Presidente de transiçãoFoto: AFP/Getty Images/I, Sanogo

E nessa qualidade o ex-Presidente cabo-verdiano contou à DW África os apelos deixados: "O que a nossa delegação fez foi, inclusivamente, sugerir que houvesse um diálogo permanente, tolerância e disponibilidade para com Michel Kafando, porque num processo tão complexo não se pode conseguir tudo, os partidos políticos não podiam conseguir tudo e nem o tenente-coronel Zida."

E Monteiro conclui: "Portanto, todos foram aconselhados a ter o mínimo de bom senso, e entenderem que, de facto, a situação poderia tornar-se complicada de um momento para o outro."

Apesar dos conselhos afirma que ainda é visível um certo ressentimento.
"As pessoas não estão a ser incomodadas, até porque as que poderiam abandonaram o país. Mas mesmo assim, da parte das organizações da sociedade civil, nota-se um certo ressentimento."

O período de transição no Burkina Faso termina em movembro de 2015 com a realização de eleições.

A Organização Internacional da Francofonia já assumiu que vai apoiar esse processo, disse em entrevista à DW África António Monteiro: "A francofonia vai colocar especialistas à disposição do Burkina Faso, tal como foi solicitado e vou agora formular o pedido oficialmente."

Normalidade regressa ao país

A intenção do então Presidente Blaise Compaoré de alterar a Constituição para se poder candidatar a um quinto mandato presidencial em 2015 causou uma onda inédita de manifestações no Burkina Faso que o obrigaram a demitir-se e a abandonar o país a 31 de outubro.

O exército tomou então o poder e indicou o tenente-coronel Isaac Zida para dirigir o país.Três semanas depois das violentas manifestações importa saber como está a situação no terreno?

Segundo o ex-Presidente de Cabo Verde "no terreno não há problemas, não há nenhuma tensão, uma pessoa circula em Ouagadougou numa situação de normalidade" e Monteiro faz ainda uma comparação: "Estive lá noutras ocasiões, portanto, é a mesma cidade que eu vi com as pessoas a circularem, carros, motas, bicicletas, tudo."

Antonio Mascarenhas Monteiro ehemaliger Präsident der Kapverden
António Mascarenhas Monteiro ex-Presidente de Cabo VerdeFoto: DW/N. dos Santos

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