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“Fome na região do Sahel é evitável”

29 de junho de 2012

Fome na região do Sahel, confrontos na República Democrática do Congo e desenvolvimentos preocupantes na Zâmbia foram os temas em destaque esta semana nas páginas da imprensa alemã.

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02_2012 Themenbild für Presseschau Ansprechpartner: Simone.Huels@dw-world.de
Themenbild PresseschauFoto: DW

“ A fome é evitável” titula o jornal Neues Deutschland. Há meio século que a Welthungerhilfe, Ação Agrária Alemã, está activa em inúmeros países para tentar combater os défices alimentares. E nem tudo são más notícias, acrescenta o diário. "Em 1962 trinta por cento da população mundial passava fome, em 2012 “só” cerca de 13 por cento da população mundial está ameaçada pelas crises alimentares”.

Para a presidente da Welthungerhilfe, Bärbel Dieckmann é “completamente inaceitável“ que 925 milhões de pessoas passem fome quando se produzem alimentos suficientes para alimentar toda a população do planeta. “Aquilo que o Corno de África viveu em 2011”, escreve o Neues Deutschland, “pode acontecer em 2012 na região do Sahel: fome em consequência da seca”. Esta crise alimentar poderá afectar até 18 milhões de pessoas.

O Sahel, que vai do oeste ao leste da África, passando por partes de países como Mali, Senegal, Níger, Chade, Mauritânia, Burkina Fasso, Gambia e Camarões, está a viver os efeitos de uma temporada de chuvas especialmente fraca e irregular, que atrapalhou as colheitas e a alimentação do gado e fez subir o preço dos alimentos e focos de instabilidade política. Na questão política, o caso mais grave é o do Mali, que enfrenta uma rebelião rebelde tuaregue no norte e as consequências de um golpe de Estado.

Região do Sahel atingida pela fome
Região do Sahel atingida pela fomeFoto: dapd

Confrontos na RDC agravam situação humanitária

A imprensa alemã olha também para a República Democrática do Congo. Um país de riquezas imensas mas que só beneficia uma minoria e onde os combates no leste do país prosseguem. “Dia após dia chegam refugiados aos campos no leste do país. As organizações humanitárias estão no limite das suas capacidades”, escreve o Die Tageszeitung.

Confrontos violentos opõem há dois meses no leste da RDC as forças governamentais a ex-rebeldes amotinados.Sob o comando do general Bosco Taganda, antigo tenente do líder rebelde Laurent Nkundabatware, vários soldados recrutados pelas Forças Armadas da República Democrática do Congo revoltaram-se e confrontam-se contra o Exército Nacional congolês. Os confrontos já provocaram a deslocação de centenas de milhares de civis, muitos dos quais se refugiaram no Uganda e no Rwanda.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) lançou um mandado de captura internacional contra Bosco Taganda por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, cometidos quando ele combatia ao lado do líder rebelde Laurent Nkundabatware, responsável do Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), refugiado na República do Rwanda desde 2007.

Nascimento de uma ditadura na Zâmbia?

Eleito há nove meses numas eleições livres, Michael Sata, o novo chefe de estado da Zâmbia prometeu lutar contra a corrupção, contudo neste país vizinho de Angola pode estar a assistir-se “ao nascimento de uma ditadura”, salienta o Frankfurter Allgemeine Zeitung . “Disfarçada de luta contra a corrupção vive-se na Zâmbia uma caça às bruxas contra os adversários políticos do presidente”. E não apenas políticos estão a ser perseguidos, prossegue o jornal, “nos meios de comunicação social estatais os jornalistas críticos foram afastados e os poucos meios privados estão a ser alvo de uma onda de processos difamação e calúnia”.

Michael Sata Presidente da Zâmbia
Michael Sata Presidente da ZâmbiaFoto: AP

Autora: Helena Ferro de Gouveia
Edição: António Rocha

29.06 Revista de Imprensa - MP3-Mono