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FMI faz previsões otimistas para os PALOP

20 de abril de 2011

A economia dos PALOP - Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, vai crescer este ano e manter o ritmo em 2012. Uma avaliação das previsões do Fundo Monetário Internacional divulgadas recentemente

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O FMI faz previsões otimistas para os PALOPFoto: DW

Roger Nord, conselheiro do Departamento Africano do FMI, considera que o crescimento económico dos PALOP deve ser encarado pelos governos como uma alavanca para a criação de emprego.

Angola lidera o crescimento económico entre os PALOP: dos 1,6% do ano passado deverá chegar aos 7,8 neste ano e retomar os dois dígitos no ano que vem: 10,5%. Uma previsão acima das últimas projeções do FMI, em que o país deverá registar o segundo maior crescimento da região da África sub-sahariana, a seguir ao Niger.

Öl in Angola Öltanker
Angola conta com o aumento do preço do petróleo para o desenvolvimento da sua economiaFoto: AP

O caso de Angola

Depois dum abrandamento em 2009 devido à contração económica mundial, Angola retoma o acelerado ritmo de crescimento, beneficiando do elevado preço do petróleo.

Roger Nord, do FMI, considera que o país deve saber aproveitar a melhoria ecnonómica.

"Prevemos que o crescimento económico em Angola, que caiu para cerca de 1,5% em 2010, irá aumentar para cerca de 8% em 2011. O desafio para Angola é assegurar que estas receitas provenientes do petróleo se traduzam em mais oportunidades de emprego para a população em crescimento no país. Por isso, um dos mais importantes objetivos é assegurar que as elevadas quantias de dinheiro que provêm do petróleo sejam bem utilizadas."

Mosambik Straßenverkäufer informeller Markt
Moçambique não precisa só de mega-projetos, mas de desenvolvimento para todosFoto: Ismael Miquidade

Moçambique também crescerá bastante

O mesmo desafio enfrenta Moçambique, que vai ter também um desempenho acima da média da região sub-sahariana: o Produto Interno Bruto cresce dos 7,5 % este ano para 7,8 em 2012.

"Moçambique teve muitos anos de crescimento rápido, um dos mais rápidos em África. Mas uma das últimas investigações mostrou que o índice de pobreza em 2010 era o mesmo que em 2003. A pobreza não diminuiu ainda que a economia tenha crescido. E o governo decidiu agora que precisa de tomar medidas para assegurar que o crescimento económico beneficie também os pobres e que crie mais emprego.

Penso que no caso de Moçambique isso será possível. A economia é bastante dinâmica, com forte investimento. Para o governo seria importante assegurar que o investimento seja direcionado também para áreas que criem emprego no setor dos serviços como o turismo, serviços portuários e não apenas em mega projetos, que tem sido uma das maiores áreas de crescimento em Moçambique nos últimos 15 anos."

De acordo com o FMI um dos principais riscos para Moçambique, e para os países em desenvolvimento em geral, é a subida da inflação (com o aumento dos preços dos alimentos e energia), o que afeta diretamente a vida das populações mais pobres.

Leben im Schatten des Vulkans
Cabo Verde tem um potencial turístico ainda por explorar (na foto, o vulcão da Ilha do Fogo)Foto: DW

Cabo Verde aposta no turismo

Prevê-se que a retoma económica mundial beneficie o desempenho de Cabo-Verde, com a recuperação do setor do turismo.

"A última previsão para CV é que o crescimento económico possa aumentar de forma significativa em 2011 para 5,5% e perto de 7% em 2012.

Por isso CV pode beneficiar da retoma económica mundial. Seria importante para CV completar a implementação do seu programa de investimento público: investimento em estradas, energia, água, aeroportos e portos. Tudo isso é importante para promover o turismo mas claro, isto tem de ser feito num contexto de estabilidade."

O crecimento económico de S. Tomé e Príncipe deverá ser de 5% neste ano e mais um ponto percentual em 2012. As previsões do FMI dizem ainda que a Guiné-Bissau deverá crescer no próximo ano 4,5%.

Os países em desenvolvimento registam o melhor cenário de crescimento, com 6,5%. Em termos globais, a economia mundial deve expandir 4,4% este ano e 4,5 em 2012.

Autor: Glória Sousa / Carlos Martins
Revisão: António Rocha

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