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Exército do Burkina Faso na capital para reverter golpe

Glória Sousa / Reuters / AP22 de setembro de 2015

Militares do Burkina Faso entraram na noite passada na capital do país, Ouagadougou, para negociar com a Guarda Presidencial que desencadeou o golpe de Estado. Pretendem desarmar o regimento "sem derramamento de sangue".

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Foto: Reuters/J. Penney

Os comandantes do exército tinham emitido um comunicado a intimar os autores do golpe a deporem as armas "sem derramamento de sangue" e a apelar às unidades provinciais para marcharem até à capital. Em tanques e outros veículos militares, os soldados responderam à chamada.

Nas ruas de Ouagadougou as pessoas aguardavam a chegada do exército."Isto é libertação nacional. Estamos cansados disto, não queremos Dienderé, não queremos a Guarda Presidencial", disse um popular. "Os homens da Guarda Presidencial recusam-se a entender que as pessoas estão fartas deles. Não aceitamos um golpe de Estado".

Burkina Faso Ouagadougou General Gilbert Diendere
O general Gilbert Dienderé liderou o golpe que depôs o regime de transiçãoFoto: picture alliance/Photoshot

Sob comando do general Gilbert Diendéré, o golpe militar depôs o regime de transição que vigorava desde que o ex-Presidente Blaise Compaoré foi deposto há cerca de um ano devido a manifestações populares. Diendéré é ex-chefe dos serviços secretos e braço direito do antigo Presidente Compaoré. O golpe ocorreu a poucas semanas de uma eleição marcada para 11 de outubro.

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Revoltadas com o golpe, milhares de pessoas deslocaram-se, na noite de segunda-feira (21.09), até às imediações da residência de Mogho Naaba, o líder tradicional do povo Mossi. Acredita-se que esteja aí refugiado o autor do golpe militar, o general Gilbert Diendéré.

"Viemos cá porque ouvimos que o general Dienderée os seus homens vieram procurar refúgio em casa de Mogho Naaba. Ele não precisa deles aqui", disse um residente em Ouagadougou. "Perdemos combatentes corajosos e estamos prontos a morrer para libertar o Burkina Faso", garante.

Os mediadores da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) apresentaram, no domingo (20.09), uma proposta para a saída da crise. Porém, o documento suscitou indignação no seio da sociedade, que se opõe à proposta de amnistia dos golpistas e à possibilidade de participação de candidatos próximos de Compaoré nas eleições - que deverão ser novamente agendadas até ao dia 22 de novembro.

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A proposta será analisada esta terça-feira (22.09) numa cimeira extraordinária da CEDEAO em Abuja, na Nigéria.

Entretanto para acalmar os ânimos, o líder do golpe comprometeu-se a implementar o acordo da CEDEAO e a entregar o poder às autoridades civis de transição. O general Dienderé aceitou libertar o primeiro-ministro de transição Isaac Zida. O Presidente de transição, Michel Kafando, já se encontra em França.

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