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EUA enviam conselheiros militares armados para a África Central

17 de outubro de 2011

Os Estados Unidos enviaram para a África Central a primeira equipa de uma força especial de 100 conselheiros militares armados com a missão de decapitar as milícias radicais do Exército de Resistência do Senhor.

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Joseph Kony: líder do Exército de Resistência do Senhor, procurado por governos africanos e comunidade internacionalFoto: picture-alliance/ dpa

Os Estados Unidos abriram um novo capítulo no seu envolvimento em operações militares no continente africano. Várias movimentações políticas verificadas durante o fim-de-semana de 15/16 de outubro prenunciam a disposição da administração norte-americana para intensificar operações em quatro países da África Central, com inevitáveis implicações a curto e médio prazo no xadrez geopolítico do norte de África.  

As movimentações foram conhecidas na sexta-feira, dia 14. O presidente norte-americano, Barack Obama, em carta dirigida ao Congresso dos Estados Unidos, anunciou ter ordenado o envio para a África Central de uma força especial de 100 conselheiros militares armados com a missão de decapitar as milícias radicais do LRA, Exército de Resistência do Senhor, considerado um dos mais sanguinários do mundo.

Algerien Sicherheitskonferenz zu Terror in Algier USA General Carter Ham
General Carter Ham, comandante do AfricomFoto: dapd

Os militares norte-americanos receberam ordens expressas do Africom (unidade de comando regional das tropas americanas em África) para capturar o líder rebelde, Joseph Kony, sobre quem foi emitido um mandato de captura pelo Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes de guerra e crimes contra a Humanidade.

O porta-voz militar ugandês, Felix Kulayigye, em declarações à cadeia de televisão árabe Al Jazeera, precisou o alcance da ajuda que envolve quatro países importantes da região, explicando que "contrariamente ao apoio que o governo dos Estados Unidos tem dado ao Uganda, desta vez esse apoio vai para toda a região afetada pela atuação das milícias do Exército de Resistência do Senhor".

Kony: inimigo público

Assim, os militares americanos executarão operações no Uganda, na República Democrática do Congo, no Sudão e na República Centro Africana. No entender de Kulayigye, desta forma “é reforçada a nossa capacidade para descobrir o paradeiro de Joseph Kony e dos seus seguidores a fim de que os nossos homens possam resolver a questão de uma vez por todas”.

Quando a carta de Obama ao Congresso foi divulgada aos meios de comunicação social, em Washington, na sexta-feira (14.10.), já o primeiro grupo de conselheiros militares armados norte-americanos se encontrava no Uganda há dois dias.

Rebellen der LRA Uganda
Rebeldes do Exército de Resistência do SenhorFoto: picture-alliance/ dpa

O argumento do chefe da Casa Branca para justificar a decisão aos congressistas foi a "defesa dos interesses de segurança" dos EUA. Os americanos acusam o Exército de Resistência do Senhor de, em 2008, ter matado mais de 2.800 pessoas e raptado cerca de 3.400. A ONU estima que as atividades paramilitares daquelas milícias levaram 400 mil pessoas a procurar refúgio em várias zonas da região.

A intervenção militar dos Estados Unidos na África Central, em termos geoestratégicos, acontece numa altura de progressivo envolvimento norte-americano nos conflitos no norte de África, com destaque para a Líbia e Corno de África.

Autor: Pedro Varanda de Castro
Edição: Marta Barroso

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