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África Têxtil poderá reabrir até ao final de 2016

Nelson Sul D'Angola (Benguela)13 de maio de 2016

O projeto África Têxtil, nos arredores da província angolana de Benguela, poderá voltar a entrar em funcionamento no final deste ano. O anúncio foi feito pelo Conselho de Administração do consórcio Alassola.

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Foto: DW/N. Sul D'Angola

Depois de várias datas anunciadas para o arranque da empresa África Têxtil, encerrada em 1999, o consórcio Alassola, grupo empresarial privado a quem o Governo angolano confiou a gestão da fábrica de tecidos e vestuários, voltou a anunciar o final do ano como uma data possível para a reabertura da unidade fabril, localizada nos arredores de Benguela. Após uma total remodelação e modernização do espaço, prevê-se que na África Têxtil sejam produzidos lençóis, toalhas e cobertores.

Roberto Kambwe, presidente do Conselho de Administração do consórcio Alassola, assegura que tudo está a postos para a reabertura da fábrica. “Estamos na fase de preparação para o arranque da produção desta fábrica e o que mais precisamos, antes de arrancar, é a matéria-prima", explica o empresário.

Em termos de custos, Kambwe explica que 55% da produção depende do algodão, no entanto garante que "as pessoas já estão sensibilizadas para relançar o cultivo de algodão que vamos precisar”.

O projeto de reabilitação e amplificação da indústria têxtil em Benguela faz parte de um programa amplo financiado através de uma linha de crédito do Governo japonês. O projeto inclui as empresas Satec, no Kwanza Norte, onde se prevê que sejam produzidos tecidos e vestuários e a Textang, em Luanda, que se vai ocupar de tecidos e panos.

Quando foi lançado o anúncio do projeto, muitos analistas apontaram vários obstáculos, sobretudo a falta de energia e algodão.

Em resposta aos comentários, Roberto Kambwe assegura que a empresa está a fazer tudo para garantir o funcionamento pleno da África Têxtil e acredita que o projeto irá encorajar agricultores angolanos a produzir algodão. “Antes das fábricas terem sido reabilitadas, ninguém podia pensar em produzir algodão, pela simples razão de que não sabiam para onde o escoar", explica.

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O representante do consórcio Alassola admite, no entanto, que numa fase inical, irá haver uma importação do algodão. "Assim, podemos arrancar com a produção no último trimestre deste ano”, explica.

O projeto do Consórcio Alassola, segundo a Angola Press, irá criar mais de mil postos de trabalho.

Inaugurada em 1974, a África Têxtil foi encerrada em 1999, colocando no desemprego centenas de trabalhadores sem qualquer indemnização e que continuam a reivindicar pelas indeminizações, pagamentos de salários de mais de 17 anos e o direito à reforma.