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Eleições no Quénia e mortes na Nigéria dominam noticiário alemão sobre África

15 de março de 2013

Imprensa questionou futuro do Quénia com eleição de Kenyatta, acusado pelo Tribunal Penal Internacional, por alegado envolvimento nas violências pós-eleitorais de 2007. Mortes de estrangeiros na Nigéria foram destaque.

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Imprensa alemã
Imprensa alemãFoto: Fotolia

Apesar da eleição de Jorge Mario Bergoglio para Papa ter absorvido a atenção quase integral da mídia alemã, o continente africano foi citado por uma série de publicações. Algumas abordavam as repercussões sobre a eleição do Papa Francisco, referindo-se à decepção dos africanos que não conseguiram a cadeira branca no Vaticano. Mas, temas quentes da política em África também ganharam a atenção da mídia alemã.

Ainda no sábado, as eleições no Quênia repercutiam na imprensa germana, depois da eleição de Uhuru Kenyatta para a Presidência do país, especialmente pelo fato de correr um processo contra ele no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia.

O jornal Die Welt destacou a dificuldade da comunidade internacional em lidar com a eleição de Kenyatta. “Como lidar com um líder que é processado pelo TPI?” questiona o destaque da matéria.

Uhuru Kenyatta é aguardado em Haia no dia 9 de Julho para responder sobre crimes de guerra cometidos durante a onda de violência pós-eleitoral de 2007. Naquela época, o adversário do presidente cessante Mwai Kibaki, Raila Odinga, que agora também é o primeiro-ministro cessante do Quênia, também contestou a derrota nas eleições presidenciais. As violências resultaram na morte de cerca de 1.200 pessoas e geraram centenas de milhares de deslocados.

O Die Welt ressalta ainda a possibilidade de Raila Odinga, contestar os resultados no Supremo Tribunal do Quênia. Odinga, principal adversário de Kenyatta, conquistou apenas 43% dos votos, contra 50,07% para Uhuru Kenyatta.

Encruzilhada para o Ocidente

“Como lidar com um líder que é processado pelo TPI?” questiona o Die Welt
“Como lidar com um líder que é processado pelo TPI?” questiona o Die WeltFoto: REUTERS

Também no Die Zeit, o dilema da comunidade internacional perante a eleição de Kenyatta foi tema esta semana.

“Quênia, um caso-teste para o Ocidente” foi a manchete do texto que também aborda este assunto: é preciso reagir ao fato de Kenyatta ser alvo de um processo no TPI, mas sem perder a parceria com o país, considerado estratégico para a política e influência sobre o continente africano.

O assunto também esteve em foco no Der Tagesspiegel, que explica ainda a importância da parceria com o Quênia. Nairobi é a base das Nações Unidas na África. O exército queniano luta contra a milícia Al-Shabab, ligada ao grupo terrorista AL-Qaeda, na Somália. Além disso, uma gama de organizações não-governamentais internacionais está presente na capital queniana, explica-se na reportagem.

Assassinato de reféns estrangeiros na Nigéria é "ato horrível de terrorismo"

Grupo extremista islâmico Ansaru terá matado sete estrangeiros
Grupo extremista islâmico Ansaru terá matado sete estrangeirosFoto: picture alliance/AP Photo

Já a revista Der Spiegel abordou a execução de sete reféns estrangeiros na Nigéria. “A Nigéria sofre com a mais sangrenta tomada de reféns por décadas: extremistas muçulmanos mataram um britânico, um italiano, um grego, e quatro libaneses. Roma condenou os assassinatos como 'ato horrível de terrorismo", revela o sub-título da matéria.

Os assassinatos foram assumidos pelo grupo islamista Ansaru, uma fracção da seita Boko Haram, que afirmaram serem as mortes uma reação à tentativa da Grã-Bretanha e da Nigéria de tentar libertar os reféns.

Os estrangeiros trabalhavam para empresas de construção em Bauchi, no norte do país, e foram sequestrados em fevereiro passado.

O assassinato dos reféns estrangeiros na Nigéria ganhou destaque também no diário Frankfurter Allgemeine Zeitung. O jornal traz as reações oficiais dos governos dos países de origem dos reféns, todos confirmando a veracidade das mortes, sem assumir, porém, a tentativa de libertar os reféns – que teria motivado os assassinatos.

A reportagem traz ainda um perfil do grupo Ansaru, destacando os esforços do exército nigeriano, iniciados há duas semanas, contra pontos de apoio do Boko Haram no norte do país e que já contabiliza a morte de cerca de 50 e a prisão de mais de 70 membros do Boko Haram.

Autora: Cristiane Vieira Teixeira
Edição: Renate Krieger

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