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Dois veteranos disputam as presidenciais na Nigéria

Philipp Sandner/Cristina Krippahl12 de dezembro de 2014

Esta semana foram revelados os nomes dos candidatos à presidência da Nigéria, que se disputa em 2015: trata-se de Muhammudu Buhari e Goodluck Jonathan. Serão eles os candidatos dos quais o país necessita?

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O Partido Popular Democrático (PDP) no Governo avançou na quarta-feira, 10 de Dezembro, com o nome do Presidente em exercício, Goodluck Jonathan. O maior partido da oposição, o Congresso de Todas as Forças Progressistas (APC) nomeou candidato á presidência o seu fundador, Muhammadu Buhari.

Goodluck Jonathan e Muhammadu Buhari já foram concorrentes nas útlimas eleições, em 2011. Na altura, Jonathan, que assumira o cargo em 2010, após a morte repentina do Presidenre Umaru Yar'adua, ganhou com grande maioria contra uma oposição profundamente dividida. Mas hoje a situação é diferente, diz Hussaini Abdu, diretor da organização de assistência humanitária Action Aid na Nigéria: "Pela primeira vez temos eleições com uma oposição muito forte. O que vai alterar a dinâmica eleitoral no país. Contamos com uma luta renhida pela presidência".

Uso indevido das instituições do Estado

Não vai, porém, ser uma campanha fácil para o APC. Abdu reconhece ser muito difícil em África derrotar um Presidente em exercício. O que se prende com a facilidade que tem em usar em seu benefício as estruturas do Estado e as forças de segurança, acrescenta o analista.

Polizei in Nigeria
Os governantes instrumentaliza as instituições do Estado, inlcuindo as forças de segurança, para seus fins políticosFoto: Tony Karumba/AFP/Getty Images

Heinrich Bergstresser, ex-delegado na Nigéria da Fundação alemã Friedrich Naumann, concorda, e aponta o exemplo das eleições no estado federado de Ekiti em 2014: "Antes do escrutínio, o Governo agitou maciçamente contra aderentes do APC que chegaram a ser atacados pela polícia. Temo que a intimidação até física do adversário político venha a ser normalidade nas próximas semanas".

Receio de violência

O analista político nigeriano Kole Shettima vai mais longe, lembrando que a constelação de candidatos à presidência idêntica não teve bom desfecho nas eleições passadas: "Em 2011 morreram 973 cidadãos na violência pós-eleitoral. Na altura os dois principais candidatos eram os mesmos de hoje. Por isso há um receio genuíno de que a história se repita".

Nigeria Protest Boko Haram Entführung 26.5.2014
A incpacidade de conter o Boko Haram tem valido muitas críticas ao Governo de Goodluck JonathanFoto: picture-alliance/AP Photo

O analista, que trabalha para a fundação norte-americana McArthur, na capital, Abuja, afirma que o ambiente nos últimos quatro anos tornou-se gradualmente mais tenso, devido à divisão étnica e religiosa deliberadamente praticada pelos políticos. E também por causa do aumento da violência no norte do país, onde o grupo terrorista Boko Haram avança sem encontrar verdadeira resistência.

O problema Boko Haram

Este vai ser um tema central das eleições. Mas o Presidente não consegue encontrar solução e o seu rival Buhari também não apresentou ainda qualquer plano, dizem os analistas. Estes duvidam que Buhari tenha melhores soluções do que Jonathan, pois o problema principal é a falta de capacidades e capacitação das forças de segurança do país.

De resto, a maioria dos analistas não acredita que Buhari seja o candidato indicado para dar novo rumo político à nação. Na altura oficial do exército, Buhari foi Presidente de 1983 a 1985. A sua era ficou marcada por inúmeras violações dos direitos humanos.

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