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Dhlakama designa nomes para integrar comissão com o Governo

Leonel Matias19 de maio de 2016

Afonso Dhlakama designou equipa da RENAMO para integrar a comissão mista com o Governo moçambicano, para preparar os termos de referência, com vista à retoma do diálogo entre ambas as partes.

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Afonso Dhlakama, líder da RENAMO, e Filipe Nyusi, Presidente de MoçambiqueFoto: AFP/Getty Images/S. Costa

Depois de um pedido formulado pelo Presidente moçambicano e líder da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Filipe Nyusi, esta terça-feira (17.05), Afonso Dhlakama, líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) nomemou os deputados José Manteigas, Eduardo Namburete e André Magibiri para integrar a Comissão Mista com o Governo.

Os três deputados da RENAMO irão juntar-se a Jacinto Veloso, Membro do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, Benvinda Levy, Conselheira do Chefe de Estado, e Alves Muteque, quadro da Presidência, nomeados pelo Presidente Nyusi.

“Consideramos que há condições mínimas para que essa indicação seja feita. O ofício de 17 de maio do gabiente da Presidência da República apresenta uma pequena evolução, ao deixar claro que o grupo vai preparar os pontos para o diálogo, harmonizando os procedimentos e termos de referência”, afirmou António Muchanga, porta-voz da RENAMO.

Muchanga ressalva o facto de que este ofício “não ignora a mediação internacional nas fases posteriores”, uma das condições impostas por Afonso Dhlakama para a retoma do diálogo.

António Muchanga
António Muchanga, porta-voz da RENAMOFoto: DW/Romeu da Silva

O principal partido da oposição moçambicana exigia a presença de mediadores internacionais, nomeadamente a União Europeia, Jacob Zuma, Presidente sul-africano, e a Igreja Católica. Esta exigência não foi aceite pelo Governo.

Confrontos intensificam-se, apesar de nova tentativa de diálogo

O diálogo entre Governo e RENAMO foi interrompido a 17 de agosto de 2015, depois de 114 rondas de negociação, com os mediadores da altura, apelando à realização de um encontro como saída para ultrapassar a crise.

Verónica Macamo, Presidente do Parlamento, afirma que o órgão está “muito animado. Esperamos que efetivamente a equipa [da RENAMO] trabalhe com a equipa já indicada pelo Presidente da República e que os dois se possam encontrar o mais rapidamente possível”.

Verónica Macamo destaca a importância do restabelecimento da paz. “Nós devemos pôr um basta para nunca mais a paz ser ameaçada. Se há problemas, vamos sentar para discutir”, afirmou a Presidente do Parlamento, após a audiência com o Embaixador dos Estados Unidos da América em Moçambique, Dean Pittman, esta quinta-feira (19.05).

“Não há motivo para sacrificar pessoas, não há motivo para que as pessoas deixem de viver, não há motivo para semear pânico e medo, não há motivo para destruir o pouco que, com muito sacrifício, construímos”, disse Macamo, referindo-se aos confrontos que têm acontecido na zona centro de Moçambique.

Estes confrontos têm vindo a aumentar nos últimos dias e a alastrar-se a outras áreas. O Governo responsabiliza a RENAMO por estes novos ataques.

Na província de Tete, homens armados alvejaram mortalmente esta quarta-feira (18.05) o chefe da localidade de Samoa. O grupo incendiou também o edifício da sede daquele localidade e a residência do chefe da secretaria, que acabou por morrer carbonizado.

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Os confrontos têm-se intensificado na região centro do país

Na Zambézia, homens armados atacaram um autocarro de passageiros em Murrone, no distrito de Mocuba. Morreram duas pessoas e outras duas ficaram feridas.

No fim de semana, foram atacados seis autocarros de passageiros de diferentes companhias e uma viatura particular. Os ataques ocorreram nas províncias de Zambézia, Manica e Sofala. Quatro pessoas morreram e várias outras ficaram feridas.

Para protestar contra a atual tensão militar e o endividamento do país, um grupo de partidos extraparlamentares convocou uma marcha pacífica para o fim de semana. O Conselho Municipal anunciou hoje (19.05) que os organizadores não reuníram os requisitos exigidos por lei, não autorizando a manifestação.

O órgão considera que existem irregularidades que devem ser sanadas no expediente, nomeadamente discrepâncias nos endereços dos partidos organizadores e o facto de não constarem os seus símbolos.

Moçambique esclarece dívida aos Estados Unidos

Na audiência com o Embaixador dos Estados Unidos da América (EUA), Dean Pittman, que aconteceu hoje (19.05), falou-se da questão da paz em Moçambique e também da dívida pública do país, que levou os EUA a rever o seu financiamento ao Governo moçambicano.

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“Neste momento, a Assembleia tem um papel muito importante no país para discutir este tipo de assuntos”, afirmou Pittman.

Verónica Macamo, Presidente do Parlamento explicou que este órgão deverá convocar na próxima segunda-feira (23.05.) um plenário para que o Governo possa explicar os contornos da dívida depois de ter trabalhado com as Comissões especializadas.

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