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Conferência do clima arranca em Bona

Jens Thurau | tms | EBU
6 de novembro de 2017

Até 17 de novembro, representantes de mais de 100 países discutem medidas para avançar com o Acordo de Paris, para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e evitar o agravamento de fenómenos extremos.

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COP23 UN Klimakonferenz in Bonn Eröffnung Salaheddine Mezouar
Presidente de COP22, Salaheddine Mezouar, na abertura da COP23, em BonaFoto: Reuters/W. Rattay

Arrancou esta segunda-feira (06.11), em Bona, na Alemanha, a 23ª Conferência das Nações Unidas sobre clima. Um dos temas a discutir na COP23 é o uso de energias renováveis em países africanos e asiáticos, a fim de diminuir as emissões de gases poluentes nestes países. "É preciso investir imediatamente em energias renováveis na Índia e em África", defendeu este domingo (05.11) o ministro alemão da Cooperação e Desenvolvimento, Gerd Müller.

Apesar de a conferência ter lugar na Alemanha, a COP23 é encabeçada pelas Ilhas Fiji. O Estado insular do Pacífico Sul não se considera capaz de acomodar os mais de 20 mil participantes do evento.

Concretização do Acordo de Paris

Um dos temas centrais da COP23 é a concretização do Acordo do Clima de Paris, aprovado 2015. Os signatários deste acordo comprometem-se a, através de metas climáticas nacionais, cuidar para manter o aquecimento global abaixo de 2ºC. Além disso, os diferentes planos nacionais para o clima devem poder ser comparáveis entre si. E, se possível, as metas para o futuro devem ser formuladas de forma mais ambiciosa.

Conferência do clima arranca em Bona

Quase todos os Estados-membros da ONU se comprometeram com o Acordo de Paris, apenas a Turquia, Rússia e o Irão ainda têm que ratificá-lo. Entretanto, há o problema principal: os Estados Unidos. O Presidente Donald Trump anulou o compromisso assumido por seu antecessor, Barack Obama, e pretende abandonar o pacto. Mas isto só poderá ser feito, de facto, em três anos e meio.

Em Bona, na Alemanha, na véspera da COP23, o Presidente das Ilhas Fiji, Frank Bainimarama, afirmou que "é preciso vontade política de todas as partes para fazermos as mudanças necessárias chegarem a todas as pessoas do mundo".

Proteção do clima na Alemanha

Para a ministra alemã do Meio Ambiente, Barbara Hendricks, a COP23 poderá garantir os meios para a implementação do Acordo de Paris. Embora a Alemanha esteja empenhada no avanço do acordo climático e o desenvolvimento de energias renováveis em outros continentes, a meta de até 2020 ter reduzido em 40% as emissões de gases poluentes no próprio país ainda está longe de ser atingida – a Alemanha ainda queima carvão mineral. 

Ainda assim, a ministra Barbara Hendricks sublinha os alemães são pioneiros na proteção do clima, principalmente por terem fomentado as energias renováveis em todo o mundo, nas últimas décadas.

Segundo Jan Kowalzig, ambientalista da ONG Oxfam, a Alemanha, enquanto modelo para a proteção do clima, fracassará nas suas próprias metas climáticas até 2020. "Isso deve-se, em particular, ao facto de que, na Alemanha, sobretudo a indústria do carvão, boicota uma mudanca energética há anos".

A COP23 poderá concretizar uma iniciativa alemã que visa possibilitar planos de seguro climático para cerca de 400 milhões de habitantes dos países do hemisfério sul. A medida, que já foi apresentada noutras conferências do clima, poderá beneficiar diretamente os países africanos.