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Começa a campanha eleitoral na Guiné-Bissau

2 de março de 2012

Os dez candidatos aprovados pelo Supremo Tribunal da Justiça têm a partir deste dia 2 de março duas semanas para conseguir o maior número possível de votos. Mas até agora, a campanha na capital tem sido fraca.

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Guinea-Bissau
Guinea-BissauFoto: AP

Começou nesta sexta-feira (02.03) na Guiné-Bissau a campanha eleitoral para o escrutínio do dia 18.03, que deverá eleger o novo presidente do país. Porém até agora, é possível observar que apenas alguns cartazes foram distribuídos para fazer propaganda aos candidatos às eleições.

Segundo a agência de notícias Lusa, já foi o tempo em que em quase todos os muros da cidade a palavra "vote" era seguida do nome deste ou daquele candidato. Ao que tudo indica, somente alguns cartazes foram vistos pela agência de notícias e estes espalhados apenas nas principais ruas da capital Bissau. As demais propagandas seriam apenas comerciais.

Mesmo primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior é candidato às eleições
Mesmo primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior é candidato às eleiçõesFoto: AP

Falta de dinheiro ou falta de interesse?

Em toda a cidade, a equipe da Lusa cruzou com apenas uma única faixa fazendo alusão às eleições. E esta teria sido do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o partido governista que apoia o candidato Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro da Guiné-Bissau.

Recorde-se que a sua candidatura tem sido contestada pela oposição, como mostrou na última quinta-feira (01.03) uma marcha pacífica no centro de Bissau. Os opositores não concordam com a candidatura de Gomes Júnior porque este ainda ocupa o cargo o primeiro-ministro e porque estaria supostamente usando dinheiro do Estado para financiar sua campanha eleitoral.

Um cartaz em vias públicas da campanha do principal adversário de Gomes Júnior, Kumba Ialá, não teria sido encontrado. Apenas a sede do partido estaria enfeitada com bandeirinhas e um cartaz com os dizeres "Liberdade, paz, democracia". Kumba Ialá conta com o apoio do Partido da Renovação Social (PRS), o maior partido da oposição do país.

Kumba Ialá, candidato do maior partido da oposição
Kumba Ialá, candidato do maior partido da oposiçãoFoto: picture-alliance/dpa

Cartazes dizendo "Guiné Misti Paz", que quer dizer "A Guiné precisa de paz", foram identificados na sede de Henrique Rosa, cuja candidatura também foi aprovada nesta última quinta-feira pelo Supremo Tribunal da Justiça (STJ), que divulgou uma lista dos dez concorrentes oficiais às eleições em Bissau. Lembrando que na semana passa, o STJ falava em 14 candidatos. Quatro deles não foram aprovados.

A briga pela cadeira "real"

Ao todo serão duas semanas que os candidatos terão para irem às ruas e arrecadar o maior número possível de votos. Conversar e convencer os eleitores a votarem em si é o desafio dos dez aprovados pelo STJ.

Após a morte de Malam Bacai Sanhá, presidente falecido em janeiro deste ano após doença prolongada, a Guiné-Bissau tem aguardado com ansiedade as próximas eleições para fazer cumprir o que está escrito na Constituição, que em caso de morte de um presidente da República, a nação tem um prazo máximo de 60 dias para escolher um substituto.

In this photo taken Tuesday, June 23, 2009, Henrique Rosa, independent candidate in Guinea Bissau's presidential elections, smiles during a campaign rally in the regional town of Bafata, 150 km (93 miles) northeast of the capital Bissau. Coup-prone Guinea-Bissau chooses a new leader Sunday, June 28, 2009, in an election organized to replace slain president Joao Bernardo "Nino" Vieira, whose murder earlier this year cast doubt over the West African nation's fate (ddp images/AP Photo/Fid Thompson)
Empresário Henrique Rosa é candidato independenteFoto: AP

Durante a pré-campanha, foram Carlos Gomes Júnior, Kumba Ialá, Henrique Rosa e Serifo Nhamadjo os candidatos que demonstraram mais capacidade de propaganda, "com mais cartazes nas ruas e mais ações", segundo a Lusa.

Ainda de acordo com esta agência de notícias, também já se iniciou na Guiné-Bissau uma campanha de esclarecimento à população, para preparar as pessoas para irem às urnas no próximo dia 18. Os boletins de voto que serão usados no escrutínio deverão ser impressos em Portugal. A Guiné-Bissau conta com aproximadamente 600 mil eleitores.

Autora: Bettina Riffel (com agência Lusa)
Edição: Renate Krieger