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CEDEAO quer atitude mais firme da Alemanha no Mali

18 de janeiro de 2013

Presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Alassane Ouattara, não parece satisfeito após visita à Alemanha, de quem esperava mais na intervenção militar contra rebeldes no Mali.

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A chanceler alemã Angela Merkel (esq.) e o presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara
A chanceler alemã Angela Merkel (esq.) e o presidente da Costa do Marfim, Alassane OuattaraFoto: picture-alliance/dpa

A ameaça terrorista dos grupos rebeldes islamitas constitui preocupação para o Ocidente, mas também para África. Por isso os chefes de Estado africanos se têm mobilizado para apoiar o Mali a combater os rebeldes radicais islamitas.

Durante a sua visita a Berlim, esta semana, o presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, lembrou o fato e deixou um apelo à comunidade internacional, especialmente para a Alemanha: "Existem muitas fronteiras comuns com o Mali: o Burkina Faso, o Níger e o Senegal, por exemplo. Por isso, se existe terrorismo no Mali, então isso pode se transferir para os seus vizinhos, e penso que é preciso parar isso rapidamente", alertou Ouattara.

O presidente em exercício da CEDEAO acrescentou, em sua declaração, que "apreciamos a intervenção da comunidade internacional, lançada com base numa resolução da ONU. Apreciamos também os ataques aéreos da França [iniciados a 11.01 contra bases dos rebeldes islâmicos que dominam o norte do Mali e que o Exército do país diz não ter forças para combater]. A Alemanha [que descartou apoio militar, mas prometeu suporte logístico e enviará dois aviões para transporte de tropas ao Mali] também tem de se envolver se tem responsabilidade com um dos maiores intervenientes mundiais."

Centenas de soldados do Togo deixam o país para combater no Mali (17.01)
Centenas de soldados do Togo deixam o país para combater no Mali (17.01)Foto: picture-alliance/dpa

Depois da França ter decidido travar a marcha dos islamistas no Mali com ataques aéreos,  agora também se solicita ajuda rápida aos soldados da CEDEAO. Segundo analistas, o objetivo de Ouattara é conquistar o transporte o mais rápido possível das tropas da CEDEAO para o Mali, e para isso ele tenta conquistar o paoio da comunidade internacional.

Oferta da Alemanha é insuficiente, diz Ouattara

Avião de transporte alemão deverá levar tropas ao Mali; oferta é insuficiente para Alassane Ouattara
Avião de transporte alemão deverá levar tropas ao Mali; oferta é insuficiente para Alassane OuattaraFoto: picture-alliance/dpa

O que Ouattara espera, sobretudo é o apoio logistico da UE – e também da Alemanha. Mas Ouattara ainda não está satisfeito com o que a Alemanha oferece: "Já estive com membros do Exército alemão e já lhes disse que é urgente a sua participação. A Alemanha é uma das maiores potências mundiais, por isso não pode participar apenas com dois aviões, apoio médico e ajuda humanitária. A Alemanha tem de estar completamente envolvida."

De lembrar que a chanceler alemã, depois da visita de Ouattara, não descartou o aumento ou a modificação da oferta de apoio de Berlim, "se as circunstâncias assim o determinarem". Um dos argumentos de Angela Merkel  é de que o seu país não pretende colocar em perigo as suas outras missões, como a do Afeganistão, de onde a França, por exemplo, retirou já os seus homens.

Apesar de tudo, o presidente da Costa do Marfim lembra que esta também é uma situação urgente: "A França interveio depois da resolução da ONU de 28.12.12, que apela a toda comunidade internacional para que se envolvesse. Estamos contentes com o envolvimento da França, da Europa, da América, da comunidade internacional: temos de tirar o Mali desta situação. É muito urgente."

O ministro das Relações Externas alemão, Guido Westerwelle, e seu homólogo Tieman Coulibaly em Bruxelas: UE aprovou envio de formadores ao Mali (17.01)
O ministro das Relações Externas alemão, Guido Westerwelle, e seu homólogo Tieman Coulibaly em Bruxelas: UE aprovou envio de formadores ao Mali (17.01)Foto: picture-alliance/dpa

As posições e discursos de Alassane Ouattara são fortes e objetivos no caso do Mali.

Jens-Uwe Hettmann, da Friedrich-Ebert-Stiftung, organização alemã também em Abidjan, capital económica da Costa do Marfim, descreve a atitude do presidente: "Isso é mais do que apenas uma imagem que ele tem. Quando ele define um  objetivo ele quer que as coisas avancem."

Alassane Ouattara, de 69 anos de idade, é economista e burocrata. O estadista costa-marfinense doutorou-se na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos da América. Ele trabalhou também para o Fundo Monetário Internacional.

Autor: Peter Hille/Nádia Issufo
Edição: Renate Krieger/António Rocha

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