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Cantora afro-germânica afirma-se na cena musical alemã

Sofia Diogo Mateus e Regina Cazzamatta28 de janeiro de 2014

Há três anos atrás, Ivy Quainoo tornou-se a cara e a Voz da Alemanha. Dois álbuns depois, a jovem de origem ganiana está a tentar mudar a maneira como é vista.

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Foto: Jan Rasmus Voss

Ivy Quainoo é mais conhecida como a Voz da Alemanha, a vencedora da primeira edição alemã do concurso musical. Mas Ivy não é só a cara de um programa de televisão: ela quer ser vista como uma artista de direito próprio.

A semana passada encerrou a digressão alemã de Wildfires, o mais recente trabalho da cantora. Lançado no final do ano passado, o álbum mostra uma evolução musical e uma maior maturidade por parte da artista.

O saldo da tournée foi bastante positivo, segundo Ivy Quainoo. “Fiquei especialmente surpreendida com Berlim, porque normalmente o público é um pouco mais calmo, não é dado a grandes festas mas foi mesmo muito bom", afirmou a cantora.

As Origens

Berlim é a sua casa, onde nasceu em 1992, descendente de imigrantes ganenses. Ivy tenta manter a herança cultural do Gana na sua vida diária, mesmo que não tenha influência direta na sua música.

“Sim, para mim é muito importante conhecer o país (Gana), conhecer as pessoas do país. Há muitos ganenses em Berlin e eu conheço muitos deles. Nós tentávamos trazer a nossa herança cultural para a nossa cultura alemã, porque muitos de nós nascemos cá e por isso tentamos manter a nossa cultura. O que acho (que teve mais impacto na minha relação com a cultura) foram as pessoas, muitos dos meus amigos que são do Gana e a comida em casa”, explica a artista.

Ivy cresceu no bairro de Neukolln, em Berlim. Depois de terminar os exames do secundário, no bairro de Charlottemburg, Ivy passou a visitar uma escola de arte em Kreuzberg para prosseguir uma carreira artística.

Ivy Quainoo Porträt Promotion
Foto: Helen Sobiralski

Com apenas 19 anos, tornou-se a primeira voz da Alemanha ao vencer o concurso televisivo Voice of Germany, no ano de 2012, e entrou para os tops com a sua primeira música “Do you Like what you See?”.

A canção entrou para o segundo lugar dos Singles Charts mais tocados da Alemanha e no iTunes Charts ficou na primeira posição. Logo após vencer o programa, Ivy fez uma digressão pela Alemanha.

O jornal alemão Süddeutsche Zeitung referiu-se à cantora como a nova Lena. No entanto, Ivy diz não querer ser só a cara bonita da menina que ganhou um programa de televisão. Reivindica o seu reconhecimento como artista e rejeita qualquer preconceito relacionado ao programa pop.

“Eu não faço um esforço para que as pessoas não saibam que sou deste programa mas acho que por vezes esquecem-se que eu sou uma artista, não só uma pessoa que ganhou o concurso – por isso também é importante para mim lembrar-me disso. E agora trabalhar no terceiro álbum”, observa Ivy Quainoo.

A evolução musical

Mais madura, Ivy participou em praticamente todas as etapas da produção do seu segundo álbum e envolveu-se igualmente na composição de todas as canções.
“Tudo o que está no segundo álbum é importante para mim: eu trabalhei em praticamente todas as músicas e é por isso que não tenho uma que seja a minha favorita. Talvez Wildfires, por isso é que o álbum se chama Wildfires, mas não tenho uma favorita.”

24.02.12 DW POPXPORT Ivy Quainoo

Além da maturidade musical, Ivy tem outra novidade para este segundo álbum. A participação do compositor canadiano Ron Sexsmith. Ambos fizeram um dueto na canção Imaginary Friends, que fala dos vários tipos de amizades que se pode ter.

Gravaram juntos através de truques de produção, uma vez que nunca se viram - coisas do mundo moderno. Mas, Ivy ainda espera conhecer o ídolo canadiano um dia: “Eu não o conheci, não tive a oportunidade de o conhecer em pessoa, portanto isso foi um pouco complicado mas eu fiquei muito feliz que ele quisesse fazer a canção comigo, uma canção que é dele. É uma honra, é muito bom ter este dueto no meu álbum e gostava de o conhecer um dia”, confessa Ivy.

Aos jovens africanos, ela quis deixar uma mensagem encorajadora, baseada na sua própria experiência de vida: sê tu próprio. “Eu penso que se tu tens um objetivo, então deves aspirar para o alcançar e não te sentires desencorajado, porque eu sei que às vezes, na Europa, há preconceitos para com africanos, que eles não têm oportunidades de ser algo mais mas acho que é importante saber isso e fazer seja o que for e tentar lá chegar”, diz confiante a artista.

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Com o fim da tournée, Ivy planeia descansar um pouco, voltar aos estúdios e recomeçar a produzir o próximo álbum.