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Mototaxistas protestam contra aumento do preço da gasolina

Adilson Liapupula
11 de junho de 2023

Mototaxistas e membros da sociedade civil no Namibe saíram este sábado às ruas de Moçâmendes em manifestação pacifica contra a subida do preço da gasolina. Setor inicia greve a partir desta segunda-feira (12.06).

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Mototaxis in Namibe, Angola
Foto: Adilson Abel Liapupula/DW

Na província do Namibe, até ao momento, os mototaxistas não receberam os seus cartões para abastecimento no valor de 160 kwanzas (cerca de 0,22 euros).

É por isso que, a partir de amanhã (12.06), iniciam uma greve de dois dias para pressionar o governo, explica André Cassinda, responsável pela greve.

"O cartão vai beneficiar quem vive na cidade [...]. Todo mundo está a abastecer com 300 kwanzas (0,42 euros). Ninguém ainda tem acesso para abastecer com o cartão que estão a prometer", diz.

Motoqueiros anunciaram greve a partir de amanhã, segunda-feira (12.06)
Motoqueiros anunciaram greve a partir de amanhã, segunda-feira (12.06)Foto: Adilson Abel Liapupula/DW

"Negociações pouco claras"

Antônio Joaquim faz o serviço de mototáxi há mais de quatro anos na província do Namibe e diz que as negociações entre a classe o governo não foram clarificadas.

"Quando o governo trabalha mal quem sofre é o povo [...] nós sabemos que o nosso país tem muito petróleo, petróleo de sobra", disse. "Só queremos o nosso preço anterior, ou então aumentamos também o nosso preço", acrescentou.

Mateus Preludio, membro da sociedade civil, diz que o governo cometeu muitos erros e um deles foi não ter criado as condições para o atual reajuste no preço do combustível.

"Somos os que 'apanham' dos motoqueiros, não faz sentido. Primeiro, deveriam ser tirados os direitos aos políticos", diz.

Motoqueiros reunidos em protesto nas ruas do Namibe, este sábado
Motoqueiros reunidos em protesto nas ruas do Namibe, este sábado (10.06)Foto: Adilson Abel Liapupula/DW

Povo é o principal prejudicado

"[Seria preciso] dialogar com a população para negociar uma subida [de preços] que não prejudicasse o povo, o principal lesado no aumento do combustível", afirma.

O ativista e sociólogo Oseias Cachinde diz que é preciso pressionar o governo nas suas políticas, que considera "mal elaboradas", numa altura em que a moeda angolana sofre uma depreciação e o custo de vida aumenta.

"A nossa missão é continuar a chamar a quem governa [para dizer-lhes] que as políticas públicas implementadas não correspondem às expectativas da população", argumenta.

"E se não correspondem às expectativas da população, significa que alguma coisa está errada. É preciso que essas políticas públicas sejam alteradas",conclui.

A mototaxista que dribla o assédio para educar as filhas