Angola é o país com maiores despesas militares na África subsaariana. Esta é a conclusão de um novo relatório do SIPRI, o Instituto Internacional de Investigação sobre a Paz de Estocolmo.
Com a ajuda das receitas do petróleo, Angola gasta cada vez mais dinheiro com as Forças Armadas, afirma instituto sueco. Em 2013, Angola aumentou as despesas militares em 36%, em relação ao ano anterior.
Angola é agora o país com maiores gastos com as Forças Armadas na África subsaariana. No ano passado, a fatura militar angolana foi de 6,1 mil milhões de dólares, segundo um relatório do SIPRI divulgado esta segunda-feira (14.04).
Samuel Perlo-Freeman, um dos autores do relatório, diz que a razão para esta aposta militar não é clara, uma vez que “já não há guerra civil. Há uma pequena rebelião em Cabinda, mas que dificilmente explica estes níveis de despesas militares". "No entanto", continua o especialista, "Angola tem muito dinheiro vindo do petróleo e muita corrupção”.
Samuel Perlo-Freeman diz que estes dois fatores podem estar relacionados entre si e com o aumento dos gastos militares, “por exemplo, para o uso das despesas militares como um instrumento de patrocínio, dando posições no exército a certos grupos minoritários. Angola tem também um historial de corrupção na compra de armas, por exemplo o escândalo Angolagate, com a França”.
Moçambique: navios de guerra e aviões de combate
Em África, só a Argélia tem uma fatura militar mais elevada do que Angola: 10,4 mil milhões de dólares em 2013, segundo o SIPRI. O instituto sueco diz não ter recebido dados recentes sobre Moçambique, que há um ano é palco de conflitos armados entre antigos guerrilheiros da RENAMO e as forças de segurança.
Porém, sabe-se que o país tem adquirido vários equipamentos militares, como refere a agência de notícias Lusa – entre os equipamentos, seis navios de guerra encomendados, no último ano, a uma empresa francesa, através da estatal Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM).
A revista alemã “Der Spiegel” noticiou há duas semanas que as autoridades alemãs apreenderam três aviões de combate Mig-21, de fabrico soviético, que se destinavam a Moçambique. Na semana passada, uma comissão do Senado brasileiro deu “luz verde” à doação de três aviões de treino militar T-27 Tucano. O Brasil prometeu também ajuda na compra de outras três aeronaves de ataque.
Fatura militar mundial deve diminuir, diz SIPRI