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Angola, Guiné-Bissau e Moçambique nos jornais alemães da semana

20 de janeiro de 2012

A emigração de portugueses para Moçambique, uma exposição itinerária sobre as guerras esquecidas na África ocidental e a crescente pobreza no Egito, um ano depois do fim da era Mubarak, em detaque na imprensa alemã.

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Jornais alemães destacam temas africanos. A DW faz a revista de imprensa
Jornais alemães destacam temas africanos. A DW faz a revista de imprensaFoto: Fotolia

O semanário Der Freitag editado em Berlim, publica uma reportagem sobre os milhares de portugueses que, devido à crise, emigram para o continente africano. Título da reportagem: "África é sua última esperança". O jornal apresenta Moçambique como um dos destinos privilegiados dos emigrantes lusos:

"O Cônsul Geral de Portugal em Maputo confirma que o número de emigrantes aumentou, nos últimos dois anos, na ordem dos 40 por cento. Nem todos os portugueses em Moçambique se registaram na Embaixada, diz o diplomata luso, por isso é difícil quantificá-los, mas estimamos que sejam várias dezenas de milhar."

Portugueses querem camarão, praias e empregos

Muitos dos portugueses vão para Moçambique com contratos temporários sobretudo com empresas portuguesas. Moçambique é um país que há séculos atrai os portugueses, confirma o jornal alemão:

"O camarão, as praias e agora também o crescimento económico fazem com que jovens portugeses tentem a sorte naquela ex-colónia."

O diário Frankfurter Allgemeine Zeitung, editado na cidade de Frankfurt, publica uma reportagem sobre o projeto "black light", um projeto elaborado por quatro homens, três alemães e um português, e que consiste na organização de exposições e "workshops" sobre as guerras travadas nos últimos anos na África ocidental.

Guerras na África Ocidental esquecidas pelo grande público na Europa

O autor do diário alemão escreve:

"O projeto começou com as muitas viagens do fotógrafo de guerra alemão, Wolf Böwig e do repórter português, Pedro Rosa Mendes, à Libéria, à Serra Leoa, à Guiné-Bissau e à Costa do Marfim. As suas reportagens foram publicadas em revistas e jornais de todo o mundo e algumas até receberam prémios de jornalismo. Em 2007 um dos trabalhos de Wolf Böwig e Pedro Rosa Mendes foi mesmo proposto para o prémio Pulitzer. O fotógrafo alemão diz: O Pedro escreve o que eu vejo e eu fotografo o que ele vê. É esse o segredo do nosso sucesso."

Para o projeto "black light", ou seja para as exposições sobre as guerras da África Ocidental, os dois repórteres de guerra juntaram-se aos gráficos Christoph Ermisch e Henning Ahlers, oriundos da cidade de Hanôver, adianta o jornal:

"Os desenhadores transpuseram com mestria as reportagens para banda desenhada. Trata-se de um formato que até agora só tinha sido experimentado em França. O objetivo é informar sobre as guerras esquecidas da África Ocidental e levar a informação a um outro tipo de público. O interesse é grande mas os problemas financeiros também."

Egito mergulhado na pobreza 

O jornal Süddeutsche Zeitung, de Munique, debruça-se sobre a situação das camadas mais pobres no Egito. "Pão e gasolina" - é este o título duma reportagem sobre o encarecimento do combustível que está a empurrar milhões para a pobreza. O jornal lembra:

"40 por cento dos egípcios sobrevivem com menos de dois dólares por dia. Sem gasolina e alimentos subvencionados eles não conseguem sobreviver. Mas as finanças publicas do Egito estão em muito mau estado, um ano depois da revolução, e ninguém sabe quando os preços vão atingir níveis insuportáveis para os mais pobres. É uma bomba que pode explodir a qualquer momento no Egito."

Voar para África dá lucro

Boas notícias para a economia africana são publicadas pelo diário de Berlim Neues Deutschland. "A aviação civil é um setor lucrativo em África", escreve o jornal e adianta:

"Em África o setor da aviação vai crescer seis por cento por ano até 2025. Na Europa espera-se um crescimento de apenas 3,5 por cento e na América do Norte apenas 2,7 por cento. Não é pois de admirar que companhias europeias como a Lufthansa ou a Air-France/KLM tenham decido reforçar a sua presença no mercado africano. Até agora a Lufthansa alemã não está muito presente em África, voando apenas para a África do Sul, Nigéria, Gabão, Guiné Equatorial e Angola. Mas isso provavelmente irá mudar nos próximos tempos."

Autor: António Cascais
Edição: António Rocha

O setor da aviação civil cresce muito no continente africano. Companhias europeias, como a Lufthansa, querem aumentar a sua presença no mercado africano
O setor da aviação civil cresce muito no continente africano. Companhias europeias, como a Lufthansa, querem aumentar a sua presença no mercado africanoFoto: AP
40 por cento dos egícios sobrevivem com menos de dois dólares ao dia
40 por cento dos egícios sobrevivem com menos de dois dólares ao diaFoto: AP
A guerra da Libéria teve graves consequências, que ainda se sentem. Na foto: jogadores da seleção de futebol dos amputados
A guerra da Libéria teve graves consequências, que ainda se sentem. Na foto: jogadores da seleção de futebol dos amputadosFoto: AP
Moçambique é um dos principais destinos dos emigrantes lusos, em tempos de crise
Moçambique é um dos principais destinos dos emigrantes lusos, em tempos de criseFoto: picture-alliance / dpa