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Angola: Governo e professores mais perto de um acordo

11 de abril de 2018

Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF) angolano deverá anunciar ainda esta semana se vai ou não continuar com a greve, que começou na segunda-feira.

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Protesto do SINPROF no Lubango em outubro de 2013Foto: DW/A. Vieria

Representantes do Ministério da Educação angolano e dos grevistas reuniram-se esta terça-feira (10.04) durante sete horas. Após o encontro, a secretária-geral do Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF), Hermínia do Nascimento, referiu que houve progressos.

"No essencial, o encontro de hoje registou avanços significativos, nomeadamente a elaboração de um cronograma de ação num período de tempo razoável, tendo em atenção o tempo de vigência do nosso caderno reivindicativo e as expetativas da classe", afirmou.

Professores anunciam esta semana se suspendem greve

Segundo a sindicalista, os afiliados do SINPROF deverão ser consultados ainda "no decorrer desta semana" sobre a suspensão da greve. Hermínia do Nascimento diz que tanto o SINPROF como o Ministério da Educação estão preocupados com a situação.

Nenhum representante governamental falou à imprensa. Uma fonte do Ministério informou, apenas, que o resultado do diálogo desta terça-feira será apresentado ao Executivo.

Professores "cansados de promessas"

A greve de 18 dias dos professores do ensino geral iniciou na segunda-feira (09.04) e compromete o período de provas.

De acordo com o SINPROF, a greve visa demonstrar a "insatisfação" dos professores pela não aprovação do novo estatuto da carreira docente, bem como rejeitar a estratégia do Ministério da Educação de periodizar o concurso público de admissão de novos educadores em detrimento da atualização dos que já estão em serviço.

"As pessoas estão cansadas de ouvir promessas", disse o presidente do SINPROF, Guilherme Silva. "Rejeitamos a estratégia de contratar primeiro os novos professores e só depois atender à atualização da sua categoria. A questão dos subsídios de isolamento também deve ser atendida."

O salário de um professor angolano ronda os 49.000 kwanzas (182 euros), valor considerado insignificante num país onde o custo de vida é alto.

"O professor precisa de ter um salário para trabalhar tranquilamente, para ter uma vida digna", sublinhou Silva.

O presidente do SINPROF diz que a greve superou as expetativas e frisa que a sua suspensão dependerá da "boa vontade" das autoridades angolanas.

Esta quarta-feira, a greve entra no terceiro dia. As escolas estão sem professores, apesar da presença dos alunos nos recintos escolares.