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Angola enfrenta surto de conjuntivite hemorrágica

José Adalberto
14 de março de 2024

As autoridades angolanas declararam a existência de surto de conjuntivite hemorrágica. Foram identificados mais de 700 casos em todo o país, segundo fonte oficial. Saneamento básico precário facilita a disseminação.

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Saneamento básico é precário na zona da Calemba 2, nos arredores de Kilamba Kiaxi
Saneamento básico é precário na zona da Calemba 2, nos arredores de Kilamba KiaxiFoto: José Adalberto/DW

Angola está a braços com um surto de conjuntivite hemorrágica, que afeta mais de sete centenas de pessoas, com foco em Luanda, capital do país. Para evitar a propagação da doença dos olhos, as autoridades de saúde desdobram-se entre o tratamento e a prevenção junto da população.

Ginga Casimiro, jovem moradora do bairro Palanca nos arredores de Luanda, foi diagnosticada com conjuntivite hemorrágica. Ela faz parte das estatísticas do Ministério da Saúde.

"Apanhei a conjuntivite há cerca de uma semana. De noite, senti as vistas a doer e, quando acordei, os olhos estavam inchados e avermelhados", conta a estudante em declarações à DW África.

Luísa Paiva, diretora geral do Instituto Nacional Oftalmológico de Angola (INOA), confirma a notificação de casos no país. "Estamos diante de um surto de conjuntivite, seja ela epidémica ou hemorrágica, embora com agentes diferentes. Mas os sintomas são muito parecidos", explica a responsável.

As conjuntivites virais e bacterianas são contagiosas e a sua disseminação é facilitada por condições de saneamento básico precárias.

Dados do Instituto Nacional Oftalmológico de Angola indicam que, de 1 a 27 de fevereiro passado, o país identificou mais de 700 casos positivos de conjuntivite. Luísa Paiva diz que, destes casos, quase 50 são hemorrágicas.

"As outras podem ser do tipo epidémico, [considerando] que o olho não fica tão vermelho. Mas, ao fim e a cabo, pode evoluir para uma complicação", informa a diretora geral do INOA.

As autoridades angolanas apostam no tratamento e prevenção junto da população
As autoridades angolanas apostam no tratamento e prevenção junto da populaçãoFoto: Adilson Liapupula/DW

Medidas de prevenção e proteção

Luanda é o epicentro da doença. Até agora, de acordo com Manuel Varela, diretor provincial de Saúde, foram notificados 150 casos positivos. Para travar a propagação do vírus, está em curso, na capital do país, uma campanha de sensibilização sobre as medidas de proteção e prevenção da doença.

"A primeira estratégia é trabalharmos com a comunidade no sentido de levarmos à população a sensibilização, educação das medidas preventivas para evitar a propagação da conjuntivite hemorrágica", adianta Manuel Varela.

A conjuntivite hemorrágica epidémica aguda é caracterizada por um quadro agudo de vermelhidão na membrana interna das pálpebras, dor nos olhos, inchaço nas pálpebras, sensação de corpo estranho, lacrimejamento excessivo, secreção ocular e fotofobia, que significa intolerância ou aversão à luz.

A conjuntivite pode ser causada pela reação alérgica ao pólen e, em algumas situações, a poluentes e também a agentes irritantes como poluição ou fumaças.

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