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Amnistia pede investigação "imediata" sobre morte de Amurane

Lusa | ms
6 de outubro de 2017

A organização lamenta o "trágico, deplorável e altamente suspeito" assassinato, em Nampula, do autarca anticorrupção Mahamudo Amurane. E insta as autoridades de Moçambique a "abrir de imediato uma investigação".

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Foto: DW/Sitoi Lutxeque

"Desde que entrou em funções, em 2013, o presidente da câmara de Nampula combateu corajosa e frontalmente a corrupção, não sendo segredo algum que isso o tornou alvo de ataques, mesmo dentro do seu próprio partido, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM)",refere o diretor regional da Amnistia Internacional para a África Austral, Deprose Muchena, em comunicado.

"As autoridades moçambicanas devem de imediato abrir uma investigação completa, transparente e imparcial a este homicídio, tornar públicas as conclusões dessa investigação e assegurar que os suspeitos autores deste crime sejam apresentados à justiça e submetidos a um julgamento justo", defende o responsável da organização de defesa dos direitos humanos.

Desde que foi eleito para dirigir a câmara da cidade de Nampula, Mahamudo Amurane, de 44 anos, iniciou uma campanha sem precedentes de combate à corrupção na administração da cidade e de revitalização das infraestruturas públicas.

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AI: Amurane "combateu frontalmente a corrupção"Foto: picture-alliance/dpa/S.Kahnert

Após desentendimentos com a liderança do MDM, Amurane tinha anunciado a sua intenção de sair e formar o seu próprio partido para se recandidatar às eleições municipais, em outubro de 2018.

Na quarta-feira (04.10), foi abatido com três tirospor um desconhecido na farmácia que geria no rés-do-chão da sua residência, em Nampula.

UE e EUA condenam homicídio

A delegação da União Europeia (UE) em Moçambique e a Embaixada dos Estados Unidos da América no país condenaram  o homicídio do presidente do Conselho Municipal de Nampula.

A representação da UE "condena o assassinato de Mahamudo Amurane, o empenhado edil de Nampula" e " junta a sua voz aos que estão firmemente empenhados na paz e no Estado de direito em Moçambique", lê-se numa nota distribuída ao princípio da noite em Maputo.

A Embaixada dos Estados Unidos "condena, nos termos mais fortes possíveis, os responsáveis por esse ato brutal e detestável e espera que uma investigação rápida e completa deste crime leve os seus autores à justiça". A representação diplomática manifesta "um grande apreço pela sua liderança" nos projetos realizados em conjunto, bem como pela sua "paixão por melhorar a vida dos seus concidadãos em Nampula".  "O seu assassinato é uma perda para todos nós", sublinha a embaixada norte-americana.

As expressões de pesar juntam-se a outras divulgadas ao longo do dia, tais como do Presidente da República, Filipe Nyusi, e dos partidos com assento parlamentar - FRELIMO, RENAMO e MDM, a cuja comissão política Amurane pertencia, apesar das divergências com o partido.